“Propriedade intelectual é uma das matérias mais apaixonantes do Direito, porque mexe com o que há de mais nobre. Em parte, é a proteção da criação e, do outro lado, é a proteção de identidade em geral, incluindo nomes de produtos, sinais distintivos, entre outros. A matéria é inovadora e está em constante transformação.”
Assim, o advogado José Roberto Gusmão, sócio do escritório Gusmão & Labrunie - Propriedade Intelectual, abriu evento que recebeu recém-formados, estagiários e estudantes de diversos cursos de graduação em uma tarde de atividades sobre o universo da propriedade intelectual.
Pelo segundo ano consecutivo, o escritório aproveitou o Dia Mundial da Propriedade Intelectual – comemorado em 26 de abril – para receber jovens e mostrar a eles como a PI é fundamental para o encorajamento da inovação e da criatividade. “Boa parte das inovações passam por pedidos de patentes e boa parte disto passa pelo nosso escritório. Temos orgulho de participar do processo da criação tecnológica que vem transformando o mundo”, ressaltou Gusmão.
O evento contou com a presença de 30 pessoas, selecionadas entre cerca de 120 que se inscreveram para participarem das atividades. Além de ouvir o sócio fundador contar a história do escritório que, atualmente, conta com 120 pessoas, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as diversas áreas envolvendo PI e debater casos importantes. A agenda incluiu ainda um bate-papo com três sócios que entraram como estagiários e outro com três jovens talentos que ingressaram há pouco na área de propriedade intelectual.
Para Vanessa Galdino, 25 anos, formada em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, um dos diferenciais do evento foi a resolução de casos.
“Eu não estava esperando e foi realmente muito legal, porque possibilitou ter a construção de um raciocínio que não é só jurídico. Outro ponto alto foi a oportunidade de trocar conhecimento com os sócios, advogados, pessoas de outras áreas e da parte técnica.”
Ela acrescentou que teve contato com PI em uma pós-graduação que está cursando.
“Eu não conhecia absolutamente nada de propriedade intelectual. Recebi o convite da 99jobs e de cara não entendi o que tinha a ver um escritório de advocacia com a minha área. Aproveitei muito o evento. Foi incrível e abriu um leque, com mais opções para trabalhar”, contou Gustavo da Silva Santos, 24 anos, estudante de engenharia de alimentos na USP.
O desconhecimento acerca de propriedade intelectual apontado por estudantes e recém-formados é algo usual. Os sócios que dividiram com a plateia um pouco de suas trajetórias relataram que, quando ingressaram na área, também não eram conhecedores da matéria.
“Eu não sabia nem o que era PI; naquela época erámos 15, 20 pessoas somente no escritório”, lembrou o sócio João Vieira da Cunha, que está há 22 anos no Gusmão & Labrunie - Propriedade Intelectual, seu primeiro e único emprego.
João cuida do contencioso, uma área que viu nascer. Durante sua jornada, fez mestrado em Londres com subsídio do escritório. “O maior valor daqui é o clima muito mais colaborativo que de competição”, assinalou.
Bióloga de primeira formação, Priscila Thereza está há 16 anos na banca, onde começou como estagiária. “Fui me apaixonando aos poucos. Cada caso tem de estudar, analisar, buscar conhecimento e isto sempre me moveu”, disse. “Ter humildade, saber ouvir e estar aberto às críticas construtivas”, ressaltou o sócio Thiago Arpagaus de Souza ao responder sobre que orientações dá a quem está no início da jornada. Thiago entrou como estagiário há 13 anos. “Pensem no que move vocês”, acrescentou.
O mesmo desconhecimento inicial vale para os jovens talentos. “Foi amor à segunda vista. Tive a disciplina da faculdade”, contou Guilherme Della Guardia, estagiário do escritório e graduando na USP. Já o engenheiro químico, formado pela UFRJ, Victor de Godoy queria mesmo trabalhar em laboratório, mas, depois de passar por esta experiência, percebeu que não era bem o que gostaria de fazer. “Minha irmã que me falou da vaga, nem sabia o que era trabalhar com patentes, mas me apaixonei, porque consigo ter contato com a ciência”, destacou.
Já Carolina Marfará, formada em Direito pelo Mackenzie, contou que seu sonho era trabalhar com fusão e aquisição, mas que, depois de ter experiência na área, viu que não era bem o que buscava. “Fiz um estágio em PI e gostei, mas saí para estagiar em M&A, que era meu sonho, mas não gostei”, revelou. “Consegui me identificar mais com PI, porque tem casos desafiadores todos os dias”, ressaltou.
O evento promovido pelo Gusmão & Labrunie - Propriedade Intelectual contou com o apoio da OMPI – Organização Mundial da Propriedade Intelectual (em inglês: WIPO – World Intellectual Property Organization).
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