Rodrigo Janot adiou sua aposentadoria da Procuradoria-Geral da República por suspeitar que o gabinete de Raquel Dodge conduz uma investigação sigilosa contra ele. A aposentadoria estava marcada para o dia 6 de março.
De acordo com a revista Época, Janot já enviou dois ofícios para o gabinete da procuradora-Geral perguntando se ele é suspeito em algum procedimento investigativo.
O primeiro ofício teria sido enviado porque, segundo Janot relatou a interlocutores de sua confiança, ele foi avisado por antigos aliados na PGR de que haveria investigação. Em resposta a esse documento, o gabinete de Dodge informou que não havia nada contra ele.
Contudo, dias depois, Janot recebeu o que seria o número de um procedimento investigativo criminal (PIC) sigiloso, que teria ele como um dos suspeitos. Janot não conseguiu saber qual era a razão do procedimento nem quem mais era investigado com ele. Segundo relatou a um interlocutor, nem sequer sabia se o número era de fato de um processo que tinha ele como alvo.
Ele enviou então um segundo ofício para o gabinete de Dodge, pedindo uma "certidão de inteiro teor", da qual conste inclusive a informação se ele é ou não investigado em sigilo. A PGR ainda não teria respondido este documento.
Esclarecimento
Após a notícia divulgada pela Época, o MPF divulgou nota de esclarecimento na qual afirma que não há qualquer investigação sigilosa de Dodge tendo como alvo o ex-procurador-Geral. Veja a íntegra:
Nota de esclarecimento
Em relação à nota publicada na Revista Época sob o título “Janot adia aposentadoria da PGR por suspeita de ser alvo de investigação sigilosa de Raquel Dodge”, a PGR lamenta que texto jornalístico tenha sido produzido a partir de base tão inconsistente, e que tenha sido publicado sem a devida checagem junto à Administração do Ministério Público Federal. A PGR – outro lado para o tema abordado – sequer foi consultada antes da veiculação da nota. Como o próprio texto informa, já foi emitida certidão negativa a pedido do ex-PGR. Ou seja: não há qualquer investigação, sigilosa ou não, sendo conduzida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que envolva Rodrigo Janot.