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Caso Avestruz: Jerson nega desvios e atribui quebra a erro bancário

4/9/2006


Depoimento

 

Caso Avestruz: Jerson nega desvios e atribui quebra a erro bancário

 

Em informações prestadas hoje ao juiz Carlos Magno Rocha da Silva, da 11ª Vara Cível de Goiânia, o empresário Jerson Maciel da Silva, ex-controlador do grupo Avestruz Master, que teve a falência decretada no dia 27 de julho, negou ter bens desviados, tidos em nome de terceiros ou aplicados no exterior. Afirmou que abre mão de todo o seu patrimônio pessoal conhecido, bem como de qualquer outro que vier a ser descoberto, em favor da massa falida das empresas. Segundo ele, todo seu patrimônio já foi declarado em juízo.

 

Questionado sobre os motivos da quebra das empresas, atribuiu o fato a suposta atitude do Banco Bradesco que, segundo afirmou, depositou antecipadamente cheques pré-datados num total de R$ 300 mil. Em razão da ausência de fundos, foram devolvidos, afetando a credibilidade do grupo. Jerson Maciel disse não ter entendido por que o gerente do banco depositou os cheques antes da data prevista, vez que eles estavam ali apenas em caução, mas comentou que ficou sabendo, por terceiros, que o gerente teria sido orientado a adotar aquele procedimento.

 

Destacando que acreditava que o frigorífico e o estoque de avestruzes propiciariam condições para a quitação da dívida de R$ 4 bilhão das empresas, Jerson garantiu que nunca pagou cédulas de produto rural (CPRs) depois de concedida a recuperação judicial, embora tenha sofrido muita pressão de credores nesse sentido. Negou, ainda, ter distribuído lucros no total de R$ 103 milhões.

 

Com relação ao flat localizado na Vila Mariana, <_st13a_personname productid="em São Paulo" w:st="on">em São Paulo, onde foi preso na última segunda-feira (28/8), disse pertencer a um amigo. Comentou que, desde a crise no grupo Avestruz Master, em novembro do ano passado, vem mantendo suas despesas e as de seus familiares com a ajuda de amigos que eram credores e que obtiveram lucros durante quatro ou cinco anos com aplicações nas empresas.

 

Exterior

 

Também no depoimento, Jerson Maciel afirmou que tinha escritórios de representação em Huston (Estados Unidos) e Lisboa (Portugal), por meio dos quais conseguiu captar R$ 1 milhão com venda de CPRs. Entretanto, como não conseguiu concluir a operação de câmbio no Banco do Brasil, o dinheiro foi devolvido. Apesar dessas informações, o empresário não soube citar o nome das pessoas que atuavam nos escritórios mantidos no exterior.

 

De acordo com Jerson, todas as operações de câmbio que constam dos extratos das empresas em outubro de 2005 eram, na verdade, registros de remessas de dinheiro para pagamento de máquinas do frigorífico para a Austrália e os Estados Unidos.

 

Sobre o contrato de honorários firmado com o advogado Neilton Cruvinel, no montante de R$ 102 milhões, o empresário disse reconhecer que o valor era alto mas ressaltou que não teve outra opção além de aceitar, porque nenhum outro advogado procurado para atuar no caso aceitou o convite. O empresário afirmou ainda que resolveu assinar o contrato por acreditar que o documento não seria exeqüível. "Sempre que eu conversarva com o Neilton sobre a exorbitância dos valores, ele dizia que depois a gente resolveria, dando a entender que renegociaria os valores", comentou.

Segundo cálculos do empresário, o patrimônio das falidas alcança, hoje, o valor de R$ 360 bilhões , além de R$ 60 milhões em aves mantidas em outras fazendas chamadas de hoteleiras. Jerson negou que seu filho estaria montando uma empresa de blindagem <_st13a_personname productid="em São Paulo" w:st="on">em São Paulo e que sua família tenha adquirido imóveis no Nordeste.

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