Crimes de guerra
Saddam Hussein volta ao tribunal para 2º julgamento e diz preferir fuzilamento à forca se for condenado
O ex-presidente do Iraque, Saddam Hussein, vai a julgamento novamente na capital do país, Bagdá, nesta segunda-feira, para responder à acusação de envolvimento em uma ofensiva contra os curdos em 1987 e 1988.
Acredita-se que cem mil pessoas tenham morrido no que ficou conhecido como Operação Anfal.
Sete réus - inclusive Ali Hassan al-Majid (apelidado de "Ali Químico"), enfrentam acusações de crimes de guerra e genocídio e enfrentam a pena de morte se condenados.
Também deverão responder a acusações o ex-ministro da Defesa, Sultan Hashim Ahmed, ex-chefe da inteligência, Saber Abdul Aziz, ex-comandante da Guarda Republicana, Hussein Rashid al-Tikriti, um ex-governador de Nineveh, Taher Muhammad al-Ani e o ex-comandante militar Farhan al-Jibouri.
Saddam e sete réus diferentes já foram julgados pela morte de 148 xiitas em Dujail, em 1982. Um veredicto deve ser anunciado no dia 16 de outubro.
Irã
A Operation Anfal (que significa "Espólios de Guerra") teve como alvo milicianos pela independência curda. O presidente iraquiano acreditava que eles estavam ajudando o seu inimigo, o Irã.
'Ali Químico' é um dos réus neste segundo julgamento de Saddam Hussein
Sobreviventes dizem que foram atacados com gás, embora este novo julgamento não lide com o caso de Halabja, em 1988, onde 5 mil curdos teriam sido mortos dessa forma. Um outro tribunal está examinando o caso.
Nesta segunda-feira, a defesa deverá representar a campanha contra os curdos como uma operação de contra-insurreição contra os milicianos, acusados de ajudar o Irã na guerra contra o Iraque.
A promotoria vai argumentar que a ação se tratou de genocídio.
Entre as evidências a serem apresentadas deverão estar documentos do governo e depoimento de sobreviventes.
O xiita Abdullah al-Amiri vai presidir um painel de cinco membros no mesmo tribunal na fortificada Zona Verde de Bagdá vista durante o caso de Dujail.
Ativistas pelos direitos humanos levantaram dúvidas sobre a lisura do sistema judicial iraquiano e disseram que há graves problemas no caso de Dujail.
Três advogados de defesa foram assassinados e o primeiro chefe dos juízes foi substituído.
A promotoria quer a pena de morte para Saddam Hussein e dois dos sete outros réus no caso de Dujail. Todos negam as acusações.
Se Saddam for condenado e sentenciado a pena de morte, ele ainda poderá apelar, levantando a possibilidade de que uma execução ainda demore muitos anos.
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