O vertiginoso aumento das rebeliões, assassinatos, fugas e resgates de detentos em meados dos anos 1990 sinalizava que transformações estavam em curso nas prisões paulistas. Apesar disso, o governo estadual apenas tardiamente reconheceria a existência da organização de presos autodenominada Primeiro Comando da Capital (PCC).
Este livro reconstitui o processo de expansão e consolidação do PCC nas prisões de São Paulo, analisando sua atual estrutura e seu funcionamento. A descentralização do comando e a disseminação dos debates e das formas alternativas de punição produziram uma drástica redução dos homicídios – o mais intrigante e controverso efeito da hegemonia do PCC no mundo do crime.
Contudo, a "pacificação" é dependente da manutenção de um frágil equilíbrio entre as forças de segurança do Estado, passível de ser rompido a qualquer momento. Na precariedade desse equilíbrio está a explicação da escalada da violência em São Paulo, observada nos últimos anos.
Sobre a autora:
Camila Caldeira Nunes Dias é graduada em Ciências Sociais pela USP. É mestre e doutora em Sociologia pela USP. Pesquisadora associada ao NEV da USP, colaborada do Observatório de Segurança Pública da Unesp e associada ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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Ganhador:
Victor Hugo Gomes Gonçalves, de SP
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