Migalhas Quentes

Ciro Gomes ofende promotora e MP/SP considera atitude completamente inapropriada

Em evento, pré-candidato à presidência da República criticou promotora que requereu abertura de inquérito por suposta prática de injúria racial.

19/7/2018

O MP/SP divulgou nota de esclarecimento nesta quarta-feira, 18, na qual critica uma declaração feita pelo pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes contra uma promotora.

Em evento promovido na última terça-feira, 17, pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos - Abimaq, Gomes xingou a promotora que requisitou a abertura de inquérito contra ele por suposta prática de injúria racial contra o vereador paulistano Fernando Holiday. Para o parquet, o uso de termos como "filho da p..." para se referir a ela é completamente inapropriado.

Na última terça-feira, 17, durante evento da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos – Abimaq, Ciro Gomes criticou a abertura do inquérito. O presidenciável usou o termo "filho da p..." ao se referir à pessoa responsável pela solicitação da abertura da investigação.

"Um promotor aqui de São Paulo agora resolveu me processar por injúria racial. E pronto, um filho da p... desse faz isso e pronto. Ele que cuide de gastar os restinhos das atribuições dele porque se eu for presidente essa mamata vai acabar", declarou Gomes na ocasião.

Nesta quarta-feira, 18, o MP/SP divulgou nota para esclarecer a solicitação de abertura do inquérito pela promotora e se manifestar contra as críticas proferidas a Ciro Gomes. Veja a nota:

________________

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Sobre declarações do senhor Ciro Ferreira Gomes

O MPSP vem a público esclarecer que a atuação da promotora de Justiça que requisitou inquérito policial sobre eventual prática de injúria racial por parte do senhor Ciro Ferreira Gomes dá-se estritamente dentro dos marcos estabelecidos pela legislação e pela Constituição, que garante a inviolabilidade das prerrogativas dos membros do Ministério Público, cuja atuação ocorre sempre em nome da sociedade.

Sendo assim, cabe ressaltar que os termos com os quais o investigado referiu-se à promotora são completamente inapropriados. Compete ao conjunto dos promotores de Justiça, nos termos do artigo 127 da Carta Magna, defender a ordem jurídica e o regime democrático. E esse trabalho continuará sendo feito com a mais absoluta serenidade, levando-se em conta rigorosos parâmetros de profissionalismo, técnica e impessoalidade.

_________________

Injúria

Em junho, durante uma entrevista, Gomes chamou o vereador paulistano Fernando Holiday de "capitãozinho do mato". A expressão foi considerada racista pelo vereador, que ingressou na Justiça contra o presidenciável.

No último dia 12, a promotora do MP/SP solicitou a abertura de inquérito contra o pré-candidato pela suposta prática de crime de injúria racial no caso. O inquérito, no entanto, ainda aguarda o recebimento de solicitação pela Secretaria de Segurança Pública de SP para ser aberto.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Juiz, autor de ação, participa de audiência jogando golfe; veja vídeo

30/3/2025

Juíza esposa de policial morto em ataque foi salva por carro blindado

31/3/2025

Homem que apalpou nádega de mulher em elevador indenizará em R$ 100 mil

30/3/2025

Academia indenizará mulher barrada após fazer stiff: "homens no local"

31/3/2025

TJ/SP reduz para R$ 12 mil pensão a filha e neto: "sem ostentação"

31/3/2025

Artigos Mais Lidos

Inconstitucionalidade da lei Federal 15.109/25 que posterga o pagamento de custas nas cobranças de honorários advocatícios

31/3/2025

Incompreensível controvérsia sobre a lei que dispensa adiantamento de custas

1/4/2025

Uma alternativa necessária – A conversão em perdas e danos

31/3/2025

Leilão do imóvel pode ser anulado por erro do banco

31/3/2025

Normas gerais relativas a concursos públicos: Lei 14.965/24

1/4/2025