Enquanto votava a favor de trancar inquérito contra o governador do Paraná Beto Richa, o ministro Gilmar Mendes, do STF, criticou a atuação de procuradores no país.
"Parece pelas notícias que correm que os promotores se entusiasmaram em demasia com aquilo que se chama de investigação à brasileira."
O ministro contou que, segundo advogados, procuradores do RJ teriam ameaçado o empresário Eike Batista de ser estuprado no presídio e filmado nessas condições: "Se isso é minimamente verdade é algo repugnante".
Caso Marcello Miller
Gilmar lembrou a atuação do ex-procurador Marcello Miller - apelidado pelo ministro de "famoso Massaranduba Miller" -, o qual, segundo o ministro, fazia investigações atípicas, com ameaças do tipo "não se comporte como moça virgem, querendo mostrar apenas os seios, tem que mostrar a vagina". "Era essa linguagem delicada que Miller usava nas investigações", afirmou.
"'Ah, Gilmar, mas você não está confiando no Ministério Público do Brasil”, que produziu gente como Miller Massaranduba, que fez mercancia do cargo, que está recebendo dinheiro de um escritório de advocacia alguns milhões de reais que nunca vamos ver em nossa vida toda.
Espero que o Ministério Público seja diligente em bloquear esse dinheiro, porque era negócio que ele tinha feito no Ministério Público. Esse grande e lucrativo negócio da JBS, esse sujeito recebeu R$ 100 mi, aparentemente.
Nós, ministro Fachin, que nunca fomos advogados, não podemos nem sonhar com essa quantia. Os juízes que vêm da advocacia já devem ter ganho isso, mas nós outros não."