Um dia após ironizar pelo Twitter um questionamento da Ouvidoria da Justiça Federal a respeito do auxílio-moradia que recebe concomitantemente com a mulher, o juiz Federal Marcelo Bretas, da 7ª vara Criminal do Rio, anunciou na noite desta terça-feira, 30, que vai deixar de usar a rede social.
Em sua última postagem, Bretas agradeceu aos mais de 30 mil seguidores que o acompanham.
"Agradeço aos mais de 30 mil seguidores. Findo este período de férias, informo que não usarei esta conta de Twitter pelos próximos meses. Teremos um ano de muito trabalho ... Até."
Entenda
Responsável pelas ações da Lava Jato no RJ, Bretas comentou nesta segunda-feira, 29, em sua conta do Twitter, questionamento feito a ele pela Ouvidoria da Justiça Federal a respeito do auxílio-moradia recebido mensalmente por ele e sua mulher. Uma resolução CNJ publicada em 2014 proíbe o pagamento do benefício para casais formados por juízes.
"Pois é, tenho esse 'estranho' hábito. Sempre que penso ter direito a algo eu VOU À JUSTIÇA e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto ou pegar escondido ou à força. Mas, como tenho medo de merecer algum castigo, peço na Justiça o meu direito", escreveu o juiz Federal. Apesar da resolução, o casal conquistou na Justiça, em 2015, o direito de ambos os cônjuges receberem o auxílio-moradia.
Polêmica
A discussão do auxílio-moradia pago a juízes é polêmica e deve ocorrer em março no Supremo. O auxílio foi regulamentado pelo CNJ em 2014 depois que o ministro Fux concedeu liminares determinando o pagamento a juízes de todo o país. Entenda o imbróglio: