Migalhas Quentes

Ministro Noronha rebate matéria da revista Veja sobre tráfico de influência no Judiciário

Matéria tratava de suposta venda de decisões entre JBS e STJ. Noronha pediu apuração.

12/9/2017

Durante a sessão do CNJ na manhã desta terça-feira, 12, o ministro João Otávio de Noronha, corregedor nacional de Justiça, teceu severas críticas à revista Veja, que nesta semana publicou uma matéria com supostas mensagens trocadas via WhatsApp entre o diretor jurídico e uma advogada da JBS que sugerem a compra de decisões em Tribunais Superiores. O ministro atribuiu ao ”mau uso da imprensa e à irresponsabilidade de dois jornalistas” a tentativa de manchar a imagem de três ministros do STJ. Além de Noronha, os ministros Mauro Campbell e Napoleão Nunes Maia também foram citados

“A Veja é assim corrupta, de denegrir a imagem alheia, irresponsável.”

O ministro disse ter ficado “pasmo” quando viu seu nome sendo “ultrajado” pela publicação, que segundo ele, o colocou como alvo de supeita utilizando o argumento de que sua filha teria sido contratada para atuar em um processo da JBS e que a própria publicação depois diz que ele julgou o caso de forma desfavorável a empresa.

“A própria revista que nega que eu tenha julgado atendendo interesses destaca a todo instante e coloca a matéria de uma forma como se eu tivesse sendo parte envolvida nessa tramoia nojenta de advogado que vende a magistratura.”

Para ele, isso prova mais uma vez que a magistratura está indefesa. “Indefesa não pela imprensa, que predominantemente é decente, é correta. Mas indecente nas mãos de revistas como a Veja.”

"Eu sou um homem que defendo a liberdade de imprensa. Um país democrático não pode assim ser considerado se não tiver uma imprensa livre. Eu sou um homem que entende que tudo deve ser investigado. E exatamente eu por ser um ministro do Superior Tribunal de Justiça e ainda mais por ser corregedor nacional de Justiça devo ter minha vida muito transparente e muito aberta."

O ministro afirmou ter atendido o advogado da JBS depois de ter julgado e mantido a decisão desfavorável ao grupo, "portanto, quem assim age não deixa transparecer nenhuma dúvida. Tivesse eu tido a consciência jurídica em sentido contrário do que decidi, certamente estaria em maus lençóis. Mas Deus deve ter me iluminado. Fez com que eu julgasse pela minha livre convicção e minha livre convicção foi de indeferimento."

Assista ao vídeo:

Noronha pediu apuração à presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, e cobrou uma investigação também da OAB, sobre a conduta dos advogados que supostamente intermediaram a venda de sentença entre a JBS e os ministros do STJ. "Que a OAB cumpra seu papel, que apure em relação aos advogados. É hora de coibir e repelir a conduta de advogados, como aconteceu agora."

Ouça a íntegra do áudio:

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

AMB repudia acusação publicada por Veja de tráfico de influência no Judiciário

11/9/2017
Migalhas Quentes

Fachin retira sigilo de conversa de delatores da JBS

5/9/2017

Notícias Mais Lidas

Após avaliar esforço do advogado, TJ/GO fixa honorários de R$ 50 mil em causa milionária

2/7/2024

Estudante de medicina que desviou R$ 927 mil de formatura é condenada

2/7/2024

Juiz decide manter prisão preventiva e preso destrói sala de audiência

3/7/2024

Advogado explica nova lei que padroniza índice de juros e correção

1/7/2024

Juíza aumenta pensão de pai no exterior: “paternar à distância é fácil”

1/7/2024

Artigos Mais Lidos

Condomínios e porte de drogas para uso pessoal: O que muda com a mais recente decisão do STF

2/7/2024

Alterações do instituto da tutela específica: O novo parágrafo único do art. 499 do CPC

3/7/2024

E, no final, a Selic venceu: Alteração no CC passa a dispor sobre atualização monetária e juros

3/7/2024

Afastamento da prescrição total reconhecida pelo TRT-1

3/7/2024

Goodwill e dissolução de sociedades na jurisprudência do TJ/SP

2/7/2024