Migalhas Quentes

AMB repudia acusação publicada por Veja de tráfico de influência no Judiciário

Mensagens do WhatsApp trocadas por advogada da JBS sugerem a compra de decisões.

11/9/2017

A edição da revista Veja dessa semana divulgou supostas mensagens trocadas via WhatsApp entre o diretor jurídico e uma advogada da JBS que sugerem a compra de decisões em Tribunais Superiores.

De acordo com a publicação, os dois traçavam estratégias para obter decisões favoráveis a empresas do grupo por meio de pagamentos em espécie ou tráfico de influência.

As mensagens foram cedidas ao MP pelo ex-marido da advogada, que está num processo litigioso de separação. Ele copiou do celular da ex-mulher os arquivos que considerava comprometedores.

A AMB- Associação dos Magistrados Brasileiros se manifestou contra as acusações por meio de nota. Confira na íntegra.

"A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), maior entidade representativa da magistratura brasileira, com mais de 14 mil juízes associados das esferas estadual, trabalhista, federal e militar, reitera os posicionamentos constantes que tem feito para denunciar a intenção escusa dos ataques frequentes ao Poder Judiciário, na clara tentativa de constranger a Justiça.

Acusações sórdidas e sem qualquer comprovação têm sido dirigidas a juízes de todas as instâncias e, ultimamente, a membros do STF e do STJ.

A mais recente acusação foi publicada pela revista Veja, mas igualmente despida de provas, depreendendo-se da leitura que os ministros citados tiveram os seus nomes indevidamente utilizados.

O Judiciário é um dos esteios da Democracia e da República. Seus tribunais superiores garantem o saudável balizamento das decisões judiciais, numa quadra em que forças anti-democráticas e descomprometidas com o futuro do país tudo fazem para empurrá-lo rumo à ruína moral.

A AMB conclama a sociedade brasileira a se manter atenta e unida na defesa das forças democráticas e republicanas comprometidas com o futuro do País."

Em razão das graves declarações, o ministro Gilmar Mendes encaminhou ofício ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, em que solicita “imediata instauração de investigação a respeito das declarações constantes na referida matéria, para que assim fiquem desde logo esclarecidos os fatos e as circunstâncias em que prestadas”.

Confira o documento encaminhado na íntegra.

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