"Ainda a vida! Esses são os sintomas aqui recolhidos: tudo o que ela inclui e até o que a gente não vive. Por isso, agora, nessa nova obra, uma outra forma (tação). A prosa demora, rumina vaidosamente o que elabora.
O verso, no entanto, irrompe num clarão, como um raio, uma flecha, um vulcão. Chuta a porta, escancara a fresta, não pede licença, vaza pelo ladrão. Ou então não vem nunca, não!
As palavras embriagadas dançando a melodia que elas próprias inventam ao improviso. Se existe, de fato, um destino, ele será um só e, de certo modo, o mesmo, indistinto: devemos transitar — a menina e o menino — entre forma e conteúdo. A vida, então, na sua expressão mais nua e crua, é criação: atribuir novas formas a partir de novos sentidos. Ser artista: da casa, da rua, do circo, do salão.
Isso é individual e inalienável. Isso faz a pessoa. Isso faz a diferença. O conteúdo vencerá finalmente a forma? Seremos livres? (mas livres de quê? para que?) Essa é a loucura de Eros, sua promessa em vão. EC esse é o bafo longínquo que a poesia quase nunca, ou, as vezes, palidamente, ou, as vezes, ainda, de modo certeiro, captura.
Seja como for, eu quero tudo: forma e conteúdo. A vida como ela é e ainda haverá de ser, dentro de um segundo." O autor
Sobre o autor :
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Ganhadores :
Joaquim Francisco Polvora Victoria, de Porto Alegre/RS ;
Izabela Cristina de Lima Santos, advogada em Patos de Minas/MG
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