Migalhas Quentes

Osklen será indenizada por venda de produtos falsificados

Empresa que vendia produtos e organizadora de feira de moda, que permitiu sua comercialização, foram condenadas.

9/9/2015

A grife brasileira Osklen receberá indenização por danos morais e materiais de uma empresa que vendia produtos falsificados da marca e da organizadora de uma feira de moda, que permitiu que lojistas participantes do evento comercializassem tais artigos.

Para a 5ª câmara Cível do TJ/RJ, a prática, "além de caracterizar a concorrência parasitária, é capaz de ferir a imagem das autoras no mercado, porquanto induz a erro os consumidores que adquirem seus produtos acreditando serem de fabricação de outra".

Imitação

Os autores, sociedades empresárias brasileiras pertencentes ao Grupo Osklen, tomaram conhecimento da prática em 2011, durante a realização da feira itinerante Wbazar, quando um dos representantes da marca se deparou com um stand que exibia modelo de calçado que imitava as marcas e o conjunto-imagem dos produtos Osklen.

Mesmo após tomar providências com relação à constatação – que culminou com a apreensão de diversos calçados e camisetas –, foi novamente constatado, em outras duas edições do evento, a comercialização de calçados piratas, o que motivou a propositura da ação judicial. A demanda, no caso, tratava da marca da sequência de ilhoses e as marcas tridimensionais dos tênis Osklen e tênis elástico Osklen.

Concorrência desleal

Ao negar provimento ao apelo do Wbazar, por meio do qual alegava ser responsável apenas pela locação do espaço comercial e organização do evento, não tendo qualquer ingerência sobre os produtos que eram comercializados pelos lojistas, o relator, desembargador Heleno Ribeiro Pereira Nunes consignou:

"Embora ciente de que a primeira ré estava vendendo produtos contrafeitos na feira que realiza, [a Wbazar] continuou a franquear seu acesso ao local normalmente e a auferir lucros diretos em decorrência da prática do ilícito, o que pode ser verificado por meio da leitura do e-mail enviado por sua representante para as demandantes, comportamento passível de ser reprimido e reparado, nos termos do artigo 186 do CC."

Segundo o relator, a postura esperada seria impedir a realização de atos caracterizadores de concorrência desleal nos eventos que organiza, o que poderia ser feito por meio da simples exclusão da loja do evento, o que não ocorreu, "porquanto aquela optou por mantê-la na expectativa da obtenção de maiores lucros, mesmo ciente da contrafação".

Condenação

A empresa que comercializava os produtos contrafeitos deverá se abster de fabricar, encomendar, manter em estoque, expor à venda, divulgar, anunciar e comercializar os produtos de titularidade das autoras, bem como de divulgar e/ou anunciar os itens em quaisquer meios, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Com relação aos danos morais, a empresa organizadora do evento pagará R$ 10 mil e a loja R$ 30 mil, considerando a reprovabilidade da conduta por cada uma perpetrada. Os danos materiais serão apurados em liquidação de sentença por arbitramento.

A ação é patrocinada pelo escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello Advogados.

Confira a decisão.

___________________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Amigo oculto: Cármen Lúcia tira Liniker e é presenteada por "casca de bala"

23/12/2024

Dino suspende R$ 4 bi de emendas parlamentares e manda PF investigar

23/12/2024

TJ/SP permite penhora de bem de família de alto padrão se garantida nova moradia

23/12/2024

Daniel Silveira é preso novamente após descumprir regras de Moraes

24/12/2024

Indulto natalino beneficia mães, idosos e pessoas com doenças graves

24/12/2024

Artigos Mais Lidos

Coisa julgada, obiter dictum e boa-fé: Um diálogo indispensável

23/12/2024

Macunaíma, ministro do Brasil

23/12/2024

Inteligência artificial e direitos autorais: O que diz o PL 2.338/23 aprovado pelo Senado?

23/12/2024

"Se não têm pão, que comam brioche!"

23/12/2024

“Salve o Corinthians”

24/12/2024