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Memorial da Resistência inaugura exposição sobre atuação dos advogados durante a ditadura

A exposição traz fotos e documentos de advogados que defenderam presos políticos e advogados que foram presos durante a ditadura militar.

21/12/2013

O Memorial da Resistência de São Paulo inaugurou a exposição "Os Advogados da Resistência – O Direito em tempos de exceção". Idealizado por Belisário dos Santos Júnior, vice-presidente da Comissão da Verdade da OAB/SP, a mostra faz a memória do papel da advocacia durante o período da ditadura.

A exposição traz fotos e documentos de advogados que defenderam presos políticos e advogados que foram presos durante a ditadura militar. Painéis exibem a história da OAB e mostra a cronologia do golpe militar.

No evento, o presidente da seccional paulista, Marcos da Costa, ressaltou que os advogados construíram uma história belíssima na redemocratização do país. "Eu tenho muita honra de ser advogado. O advogado tem a capacidade de promover a transformação social. Eu quero mencionar um deles, que está aqui presente, e que presidiu a Ordem durante aquele período da ditadura: Mário Sergio Duarte Garcia".

Santos Júnior salientou que essa exposição não é dos advogados da resistência. "Quando levarmos para o prédio onde funcionou a justiça militar vamos dar o verdadeiro sentido, pois aqui o espaço é reduzido. Quando instaurarmos o Memorial em homenagem aos Advogados que militaram na Auditoria Militar, outro triângulo será colocado, que será a data que nós nos apossamos do prédio da Justiça Militar, um espaço que foi de muita dignidade dos advogados. Hoje estamos celebrando esses nomes e vamos celebrar outros que não foram assinalados".

O advogado Idibal Pivetta contou sobre sua "iniciação", na defesa dos presos políticos. "Quando eu comecei a trabalhar na auditoria, era muita coisa importante a ser feita. Salvar vidas, tirar as pessoas da tortura e principalmente informar o exterior do que estava acontecendo aqui evitando que outras pessoas fossem mortas, assassinadas. Esse memorial tem uma profunda identificação com uma frase que eu ouvi de dom Paulo Evaristo Arns. Ele, que era um grande advogado de batina, me disse 'é preferível viver de joelhos a ser assassinado pela ditadura'", lembrou.

O Advogado Mario Simas rememorou sua história ali mesmo, no prédio que abrigou o Dops - Departamento de Ordem Política e Social, onde vários presos políticos foram torturados e mortos.
"Adentrei a essa casa como advogado em defesa de trabalhadores metalúrgicos que eram perseguidos, em defesa dos seus direitos. Quis a vida que a partir dos trabalhadores eu viesse a defender estudantes, quis ainda que a partir dos estudantes, eu viesse a defender professores universitários. E foram então, professores, estudantes, operários que nos fizeram advogar nessa seara", lembrou Simas.

A exposição fica no Memorial da Resistência (Largo General Osório, 66, Luz), até o dia 23/02, e abre de terça a domingo, das 10h às 17h30.

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