Após o término de sua reunião com a presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira, 25, o ministro JB concedeu entrevista coletiva para apresentar as pautas do encontro, focadas em dois temas principais: os partidos políticos e as medidas de combate à corrupção.
Logo no início de seu pronunciamento, JB afirmou que não falava em nome dos demais ministros do STF, e que desde o pronunciamento da presidente na segunda-feira, 24, mantinha contato com ela por telefone.
O primeiro tema discutido foi a influência dos partidos políticos no cenário nacional e a crise de representação política que o país vem enfrentando, mas que, segundo ele, não é um problema exclusivo do Brasil. Para o ministro, "as manifestações expressam a vontade da população de mitigar ou diminuir a influência dos partidos políticos. Em nada se confunde com suprimir os partidos".
Ele esclareceu que é inteiramente favorável ao voto distrital, uma vez que o voto vai para o representante e não é distribuído para o partido; é uma forma de criar identificação entre o eleito e o eleitorado. Em seu argumento, ressaltou que o percentual de senadores que não foram eleitos é muito grande, e aproveitou para repetir que a questão é "diminuir, mitigar e não suprimir".
O ministro ainda descartou a ideia de uma reforma política eficiente por meio de lei ordinária, e afirmou que "não se faz reforma política consistente no Brasil sem mudança na Constituição".
O segundo ponto discutido na reunião com a presidente Dilma foram as medidas de combate a corrupção, que, em sua opinião, devem ser "pontuais", como as propostas pela meta 18 (julgar até o final do ano todos os processos ajuizados antes de dezembro de 2011).
Para Barbosa, deve ser proibida a atuação de advogados em tribunais nos quais têm parentes, e é preciso, também, reduzir o percentual de pessoas promovidas por merecimento e dar prioridade à promoção por antiguidade. “Na verdade, na maioria dos casos não há merecimento algum. São escolhidos os que têm mais trânsito político”. JB, contudo, não se estendeu no assunto.
No final de coletiva, ele reafirmou os motivos das manifestações pelo país: "há uma necessidade no Brasil de incluir o povo nas discussões sobre reforma. A população está cansada de discussões de cúpula", concluiu.