O presidente da OAB/SP, Marcos da Costa, durante sessão do Conselho da Cidade, propôs que o prefeito Fernando Haddad promova a suspensão do aumento da tarifa de transporte para que haja avanço nas negociações. "Ao suspender o aumento da tarifa, retira-se a tensão social atual e permite-se que a prefeitura possa analisar alternativas ao aumento", diz Costa.
Para Marcos da Costa é importante também abrir o diálogo sobre a qualidade do transporte público prestado à população e direito de todos os cidadãos à mobilidade urbana para acessar todos os demais direitos. "O transporte é imprescindível para que o cidadão possa exercer seu direito à moradia, ao trabalho, à educação, à cultura, ou à saúde".
Mais de 50 conselheiros inscritos tiveram direito à palavra; assim como as lideranças do Movimento Passe Livre, que ameaçaram deixar a reunião por entender que o Conselho era instância deliberativa, mas permaneceram até o final e obtiveram do prefeito o compromisso de uma nova reunião.
A sessão do Conselho da Cidade foi aberta e encerrada pelo prefeito Fernando Haddad, que deixou claro que, na sua visão, a discussão com o Movimento não residia no aumento de R$ 0,20, mas no congelamento da tarifa em R$ 3,00 até o final de sua gestão. O prefeito afirmou que se isso acontecer, teria de criar uma fonte alternativa de recursos da ordem de R$ 2,7 bilhões, seja aumentando a arrecadação, oferecendo menos serviços públicos ou espremendo o empresariado, o que terá impacto sobre o reajuste dos salários de motoristas e cobradores.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, fez uma longa explanação sobre a composição da planilha de custos dos transportes e sobre os projetos da atual gestão para melhorar a locomoção na cidade de São Paulo. Disse que o ônibus é, na verdade, apoio ao sistema de transporte de massa – metrô e ônibus - e que uma das possibilidades é debater o usuário de carro que passe a financiar o transporte público.