A PGR apresentou pareceres pela procedência parcial da ADIn 4.455, ajuizada pelo CFOAB - Conselho Federal da OAB, e integral da ADIn 4.865, ajuizada pela CONAMP - Associação Nacional dos Membros do MP.
Ambas as ações contestam o caput do artigo 55 do regimento interno do TJ/SP, o qual prevê a realização de três escrutínios na votação da lista tríplice do Quinto constitucional até que se firme a lista, exigindo-se maioria absoluta em todos. O dispositivo também define que a lista não será aceita caso qualquer dos candidatos não atingir o quórum.
Com base nessa exigência do caput do artigo 55, o TJ paulista devolveu duas vezes a lista sêxtupla apresentada pelo MP/SP com os nomes dos indicados para integrar a Corte pelo Quinto constitucional.
Na ADIn 4.455, o CFOAB sustenta que a escolha dos membros do Quinto constitucional é ato complexo, dependendo da conjugação de três vontades: da classe a que pertence a vaga, do tribunal e do chefe do Poder Executivo. "Nesse contexto, a função do Tribunal é reduzir a lista a três nomes, somente podendo rejeitar um ou mais nomes da lista 'em caso de descumprimento dos requisitos objetivos constantes no artigo 94 da Constituição', de maneira fundamentada", afirma a entidade.
Já na ADIn 4.865, a CONAMP defende que a rejeição da lista sêxtupla para votação secreta do Tribunal e sem qualquer motivação viola a competência constitucional (artigo 94 da CF/88) e a autonomia funcional (artigo 127, parágrafo 2º, da CF/88) do MP, assim como o dever de fundamentação dos atos administrativos pelos tribunais (artigo 93, X, da CF/88).
Segundo a PGR, "o dispositivo regimental é inconstitucional ao violar ambos os critérios – por um lado, permite que o Tribunal possa excluir integrantes da lista sem fundamentação objetiva e, por outro, lhe concede a possibilidade de não escolher três indicados devidamente habilitados".
Veja a íntegra do parecer sobre a ADIn 4.455 e sobre a ADIn 4.865.