O MPF/DF requereu o arquivamento do procedimento investigatório sobre a suposta oferta de "blindagem" feita pelo ex-presidente Lula ao ministro Gilmar Mendes na CPI do Cachoeira em troca do atraso do julgamento do mensalão.
A investigação foi iniciada em maio deste ano, a partir do recebimento de notícia-crime apresentada pelos parlamentares Alvaro Fernandes Dias, José Agripino Maia, Rubens Bueno, Randolph Frederich Rodrigues Alves, Antonio Carlos Mendes Thame e Jarbas de Andrade Vasconcelos. No documento, os autores acusam Lula de praticar os crimes de coação no curso do processo, tráfico de influência e corrupção ativa.
A denúncia foi fundamentada na reportagem "Um ex defende seu legado", publicada na edição 2.271 da revista Veja.
A matéria jornalística relatava:
"Há um mês, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi convidado para uma conversa com Lula em Brasília. O encontro foi realizado no escritório de advocacia do ex-presidente do STF e ex-ministro da Justuiça Nelson Jobim, amigo comum dos dois. Depois de algumas amenidade, Lula foi ao ponto que le interessava e disse a Gilmar: 'É inconveniente julgar esse processo agora'.O argumento do ex-presidnete foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocuppa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1000 prefeituras nas urnas".
O MPF/DF analisou as entrevistas concedidas por Gilmar Mendes à imprensa sobre os fatos narrados na reportagem e não detectou um pedido específico de Lula no sentido de ver adiado o julgamento do mensalão.