O juiz Carlos Eduardo Reis De Oliveira, da 5ª vara Cível de Taubaté, usou um despacho para se despedir de sua jurisdição naquela unidade. No texto, de uma ação de consignação em pagamento, ele expressa o misto de sentimentos que o acometem no momento da despedida: a consciência de máxima dedicação e tristeza por abandonar os eficientes funcionários.
Salientando a postura de dedicação, atenção, cordialidade, presteza e eficiência dos companheiros, elogia a lealdade do escrivão. De acordo com ele, sem o trabalho deste "não haveria mínimo sucesso" nas tarefas desempenhadas pelo magistrado.
Nas linhas finais, ele ainda pede ao "Criador" que conforte àqueles que sua "atividade judicante possa ter causado dano".
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Processo: 625.01.2012.000198-5
Veja a íntegra do despacho.
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VISTOS.
I – Depois de treze anos, cessada hoje minha jurisdição nesta unidade judiciária, restituo os autos em cartório sem decisão, para não incidir em nulidade absoluta.
II – Permito-me assinalar que dela me despeço com mescla de sentimentos: o derivado da consciência de que a ela dediquei máximo empenho – nos limites de minhas forças e capacidade – assim como o de tristeza por deixar a companhia dos funcionários do 5º Ofício.
É a todos eles que reservo o mais especial agradecimento, do fundo da alma. Indistintamente: estagiários, auxiliares, oficiais de Justiça, escreventes, chefes e escrivão. Todos eles incorporaram aquilo que estabeleci como postulado desde a data de instalação da 5ª Vara Cível: somos servidores do público; a eles devemos nosso trabalho, com dedicação, atenção, cordialidade, presteza e eficiência.
Particularmente, receba o Escrivão Moisés Rodrigues Barbosa minha pública declaração de que sem sua capacidade e sem sua lealdade, não haveria mínimo sucesso em nossa tarefa.
Deixo a 5ª Vara de Taubaté sem esconder que é, pelas estatísticas disponibilizadas, a melhor Vara Cível de entrância final do Estado de São Paulo, seja pelo número de processos em andamento, seja pelo percentual daquelas já julgadas (em trono de 25% do todo).
III – Rogo ao Criador que dê conforto àqueles que minha atividade judicante tenha causado dano, por imperfeita aplicação do Direito. Certamente cometi erros, mas debito-os à falibilidade própria da criatura.
IV – Por fim, peço licença para invocar Santo Padre Pio de Pietralcina: “Non turbi l'anima vostra il triste spettacolo dell'ingiustizia umana”.
Int. Taubaté, 21 de junho de 2012.
CARLOS EDUARDO REIS DE OLIVEIRA
Juiz de Direito