O juiz Federal Alderico Rocha Santos, titular da 5ª vara Federal de Goiás, foi designado para conduzir o processo originado das investigações sobre Carlinhos Cachoeira.
Rocha Santos é o terceiro magistrado chamado para o caso após o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo, ter sofrido ameaças e se afastado do caso.
O substituto dele, juiz Federal Leão Aparecido Alves, não assumiu por razões de "foro íntimo", por manter relação próxima com um dos denunciados.
Investigação
A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, vai apurar as ameaças recebidas pelo juiz Paulo Augusto Moreira Lima e sua família. A ministra informou que se reunirá nesta quarta-feira, 20, com o magistrado para conhecer as circunstâncias de seu afastamento do processo e das ameaças.
Também foram convidados a participar do encontro o juiz Leão Aparecido Alves, o corregedor geral do TRF da 1ª região, Carlos Olavo e o presidente da Ajufe, Nino Oliveira Toldo.
Outro alvo da investigação da Corregedoria Nacional de Justiça é o juiz Leão Aparecido Alves, cotado para assumir o processo que investiga o contraventor Carlos Cachoeira. Interceptações da PF identificaram um telefonema originado de um número do magistrado para uma pessoa acusada de envolvimento com a quadrilha investigada no processo.
Segundo Eliana Calmon, o juiz Leão Aparecido confirmou a um juiz auxiliar da Corregedoria Nacional a existência do telefonema e disse que, na ocasião, seu telefone estava emprestado a sua mulher.
Eliana Calmon informou ter sido procurada pelo juiz Paulo Augusto Moreira Lima, pela primeira vez, quando ainda não havia sido deflagrada a Operação Monte Carlo. Segundo ela, o juiz informou, na ocasião, que não estava se sentindo seguro à frente do processo, por este envolver pessoas importantes, como políticos e empresários. Segundo a corregedora, o juiz manifestou insegurança pelo fato de as provas colhidas no processo terem sido desqualificadas pelo TRF da 1ª região.
A partir daí, um juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça foi destacado para ir até Goiás apurar os fatos. Além disso, colocou a Corregedoria à disposição do juiz Paulo Lima para prestar-lhe o apoio que fosse necessário. De acordo com Eliana Calmon, após as providências tomadas pela Corregedoria Nacional de Justiça, o juiz Paulo Lima não mais procurou o órgão.
Apoio
O plenário do CNJ aprovou, nesta terça-feira, 19/6, uma moção de apoio ao magistrado Paulo Augusto Moreira Lima. Na moção aprovada, o Conselho torna pública a sua preocupação com os fatos noticiados pela imprensa, que relatam a ameaça sofrida pelo juiz e sua família, e manifesta o seu incondicional apoio ao magistrado.