Os ministros Herman Benjamin e Sidnei Beneti são os representante do STJ na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Eles participam da Conferência Mundial de Direito e Governança para o Desenvolvimento Sustentável, que começou neste domingo e vai até 20/6.
Para Benjamin, o judiciário precisa se adaptar para bem aplicar as leis e normas constitucionais que são aprovadas pelo Congresso Nacional, e o meio ambiente é uma das temáticas. O ministro destacou que os magistrados devem dar a essas questões tratamento bastante célere, pois se as decisões não forem rápidas, elas perdem a eficácia.
Esta reunião no Rio de Janeiro do Pnuma, segundo o ministro, é um momento importante para que os juízes debatam as inovações que precisam ser feitas e ao mesmo tempo discutam a própria legislação nacional e os inúmeros tratados internacionais aprovados nesses 40 anos desde a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972.
Resultado prático
Ainda que não constem dos textos internacionais que venham a ser produzidos na Rio+20, Beneti acredita que a reunião do Pnuma terá resultados importantes e concretos. "Eu destaco a oportunidade de melhoria do conhecimento pelos juízes do consenso ambiental mundial sob a coordenação das Nações Unidas", ressaltou o ministro. Há também a chance de cada participante conhecer as demandas ambientais que chegam aos tribunais no mundo inteiro e como elas são resolvidas.
Beneti ressalta que os juízes vão debater com os formadores dos textos internacionais que serão aplicados pelos tribunais do mundo inteiro, de forma que o encontro assume a configuração de uma rede de solidariedade na interpretação desses textos. "É muito importante que os juízes nacionais tenham esse conhecimento e também saibam o que se passa nos outros países", disse Beneti.
Segundo o ministro, os juízes são os únicos profissionais no mundo que são realmente equidistantes de todos os interesses, sejam eles políticos, econômicos, das nações ou de setores específicos. Trabalham de forma discreta e produzem decisões de efeito concreto. Por essa razão, ele defende um maior protagonismo do Judiciário nas discussões internacionais: "Tenho muita esperança de que um dia exista nas Nações Unidas um grupo ou um departamento Judiciário, com magistrados, membros Ministério Público, de defensorias e da advocacia".