Migalhas Quentes

O talento profissional do versátil Tobias Barreto

Artigo de Evaristo de Moraes, publicado no Jornal do Commercio em 9 de julho de 1939, comemorava centenário de seu nascimento e exaltava qualidades profissionais do causídico sergipano.

17/4/2012

Filósofo, poeta, crítico, jornalista, político, advogado, jurista: impossível classificar em uma só palavra a plural personalidade de Tobias Barreto de Meneses. Nascido a 7 de junho de 1839 na vila de Campos, Província de Sergipe, dedicou-se às nobres profissões de advogado e jornalista.

O talento de Barreto, cujo nome já designou cidade, colégio e teatro, foi descrito com primor pelo também advogado Evaristo de Moraes. O texto, publicado no Jornal do Comércio em 9 de julho de 1939, comemorava o centenário de nascimento do versátil brigador. O artigo, abaixo disposto, traz peculiaridades de parte do brilhante exercício de vida e profissão de Barreto.

Vida

Apesar da intensa carreira advocatícia, ele não parou por aí: estudou latim, alemão, lecionou gramática latina, assistiu a aulas de filosofia e produziu considerável obra com estudos acerca de trabalhos de ensaístas germânicos como Ernest Haeckel e Ludwig Büchner.

No fim de 1862, Barreto viaja para Pernambuco a fim de cursar Direito na Faculdade do Recife. Ainda antes de concluir o curso, mudou-se para o município de Escada, em 1871, onde casou-se com a filha de um coronel de engenho.

Em dez anos na cidade, publicou sete periódicos e foi eleito, pelo partido liberal, deputado para a Assembleia Provincial. Na área política, porém, não alcançou sucesso. Em certa ocasião, já prevendo a derrota, o habilidoso discursista declarava não ser ovelha do rebanho, delineando as incompatibilidades políticas que lhe foram atribuídas. Na oratória, aliás, Barreto se revelava um mestre, qualquer que fosse o tema.

Apesar de não conseguir reeleição, Tobias aceita mandato popular como vereador, mas não tem tempo de exercer. Devido a sua designação como 1º suplente de juiz municipal em Escada, é nomeado como juiz substituto em abril de 1880, em seus últimos tempos no pequeno município.

Em 1883, já de volta à capital pernambucana, publica sua primeira série de estudos alemães. Nos anos seguintes, a saúde debilitada e os escassos proventos que recebia quase não permitem que o bravo causídico exerça alguma função. Ajudado por conhecidos e com despesas custeadas por subscrições, morre em 27 de junho de 1889, aos 50 anos, na casa de um amigo onde se hospedara no fim da vida.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Leonardo Sica é eleito presidente da OAB/SP

21/11/2024

Justiça exige procuração com firma reconhecida em ação contra banco

21/11/2024

Câmara aprova projeto que limita penhora sobre bens de devedores

21/11/2024

Ex-funcionária pode anexar fotos internas em processo trabalhista

21/11/2024

Suzane Richthofen é reprovada em concurso de escrevente do TJ/SP

23/11/2024

Artigos Mais Lidos

A insegurança jurídica provocada pelo julgamento do Tema 1.079 - STJ

22/11/2024

Penhora de valores: O que está em jogo no julgamento do STJ sobre o Tema 1.285?

22/11/2024

ITBI - Divórcio - Não incidência em partilha não onerosa - TJ/SP e PLP 06/23

22/11/2024

Reflexões sobre a teoria da perda de uma chance

22/11/2024

Ficha de EPI digital e conformidade com normas de segurança

21/11/2024