Centenário
Palácio da Justiça mineiro completa 100 anos
A data de inauguração do prédio foi divulgada após um minucioso trabalho de pesquisa da Mejud - Memória do Judiciário Mineiro, com base em informações colhidas na obra "Notas Cronológicas de Belo Horizonte (1711-1930)", nos livros de atas do TJ/MG e em documentos do Arquivo Público Mineiro, do Arquivo Público da Cidade, da Imprensa Oficial, da Escola de Arquitetura, da Hemeroteca e das mensagens dirigidas pelos presidentes das provìncias no site do Center for Research Libraries.
O Palácio da Justiça Rodrigues Campos faz parte do conjunto de edifícios públicos projetados para a nova capital de MG, inaugurada em 1897 (anteriormente, a capital mineira era Ouro Preto). Com a construção de BH, buscava-se uma ruptura definitiva com a tradição colonial. É dentro deste estilo eclético com características neoclássicas que o arquiteto Raphael Rebechi projetou o Palácio da Justiça para abrigar a 1ª instância da comarca de BH e o Tribunal da Relação, Corte da 2ª instância de MG.
O Judiciário foi o primeiro dos três poderes a se estabelecer em BH, mas, ainda sem sede própria, funcionou na antiga Secretária de Educação, na Praça da Liberdade, que hoje abriga o Museu das Minas e do Metal. Posteriormente, o Tribunal se mudou para o edifício do Instituto de Educação, na avenida Carandaí.
A construção do prédio deu-se entre 1909 e 1911 pelo engenheiro José Dantas e pelo construtor coronel Júlio Pinto. Em 1912, o edifício foi inaugurado na avenida Afonso Pena, 1420.
No ano de 1963, o palácio foi batizado com o nome do desembargador Rodrigues Campos, o qual exerceu a presidência da Corte mineira por oito vezes, entre 1930 e 1939.
Criado na época em que as ruas da cidade ainda tinham bebedouros públicos para cavalos, a sede do Judiciário mineiro apresenta, atualmente, a consonância do mobiliário de época e da decoração suntuosa - escadarias da Bélgica, mármores de Carrara, lustres de cristais da Boêmia, pisos de mosaico e vitrais - com TVs de plasma, computadores com acesso à internet, catraca eletrônica e detector de metal.
Durante os últimos cem anos, o imóvel manteve grande parte de sua arquitetura original, passando por constante manutenção, pequenas intervenções e duas grandes reformas, a primeira entre 1958 e 1963 e a segunda em 1992.
Programação
Para registrar o centenário, a Casa está preparando uma extensa programação, que terá início às 17 horas, no salão nobre do Palácio da Justiça.
O ponto alto da cerimônia será o descerramento de uma placa de granito flameado alusiva à data comemorativa e de outra em vidro transparente, medindo de 0,85 x 1,70 metros, com o nome de todos os desembargadores que compõem o TJ/MG na presente data.
O desembargador Cláudio Renato dos Santos Costa, presidente do TJ/MG, e o representante da direção do Correios farão a obliteração do selo comemorativo do centenário, cuja imagem destaca um detalhe arquitetônico característico da edificação.
Serão lançados também o livro de biografia dos desembargadores presidentes desde 1874, ano da criação da Justiça de 2ª instância em Minas, até os dias atuais e o livro do desembargador Lúcio Urbano, ex-presidente do TJ/MG, intitulado "Síntese Histórica do Tribunal de Justiça".
Na oportunidade, ainda será distribuída uma coletânea de postais referente à exposição itinerante "Fato do Mês" com temas expostos desde 2007. O evento contará com a apresentação da orquestra de músicos da Polícia Militar de MG. Ao final, será servido um coquetel aos convidados.
Salão Nobre do Palácio de Justiça de MG, situado em BH