Migalhas Quentes

Zara se recusa a assinar acordo com MPT sobre trabalho escravo

A grife espanhola Zara se recusou ontem, 30/11, a assinar um TAC com o MPT. O acordo tinha o objetivo de regularizar a cadeia produtiva da empresa, depois que foi identificado trabalho degradante, semelhante ao escravo, em confecções contratadas pela marca.

1/12/2011

Trabalho degradante

Zara se recusa a assinar acordo com MPT sobre trabalho escravo

A grife espanhola Zara se recusou ontem, 30/11, a assinar um TAC com o MPT. O acordo tinha o objetivo de regularizar a cadeia produtiva da empresa, depois que foi identificado trabalho degradante, semelhante ao escravo, em confecções contratadas pela marca.

A Zara, entretanto, apresentou uma contraproposta que será analisada pelos procuradores. Caso não haja acordo, o MPT deverá entrar com ação judicial contra a marca.

O TAC elaborado pelo MPT prevê que a Zara invista R$ 20 milhões em ações de combate ao trabalho degradante, reduza a subcontratação dentro da cadeia produtiva (empresas terceirizadas que contratam outras para fazer a produção) e se responsabilize pelas condições de trabalho nas confecções contratadas pela marca.

Segundo o procurador Luiz Carlos Fabre, apesar de a proposta da empresa ter pontos "inconciliáveis", o MPT vai avaliar o texto para tentar chegar a um acordo nos próximos dias. Para o procurador, o TAC permite uma resolução mais rápida e eficiente do conflito do que uma ACP.

O MPT, no entanto, não vai abrir mão de que a Zara responsabilize-se juridicamente, se sujeitando a multas em caso de descumprimento, sobre as condições de trabalho na cadeia de produção. O órgão quer ainda que a empresa se comprometa a coibir as subcontratações das confecções. Para o procurador Fabre, a prática pulveriza a produção e cria condições propícias para a exploração dos trabalhadores.

O diretor de Responsabilidade Social do grupo Inditex (controlador da Zara), Félix Poza, tentou, entretanto, desvincular a grife das oficinas terceirizadas. De acordo com ele, essas empresas são autônomas e prestam serviços para várias marcas. "O problema não é só nosso, é sistêmico de todo o setor de confecções".

Como alternativa ao TAC, a marca propõe a adoção de uma série de ações para combater o trabalho degradante. Entre as propostas, estão melhoria do sistema de auditoria na rede de terceirizadas e uma campanha para informar os donos das oficinas sobre as obrigações e direitos trabalhistas no Brasil. Além disso, a grife pretende implementar ações de apoio a imigrantes.

Em junho, o MPT e o Ministério do Trabalho descobriram 51 pessoas (46 bolivianos) trabalhando em condições precárias em uma confecção contratada pela Zara em Americana, no interior paulista. Os trabalhadores eram submetidos a uma jornada média de 14 horas e recebiam o equivalente a R$ 0,20 por peça de roupa produzida. No mês seguinte, foram encontrados 14 bolivianos em condições semelhantes em duas confecções na cidade de SP.

___________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Zara deve assinar acordo com o MPT sobre trabalho escravo

11/11/2011

Notícias Mais Lidas

PF prende envolvidos em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

19/11/2024

Moraes torna pública decisão contra militares que tramaram sua morte

19/11/2024

CNJ aprova teleperícia e laudo eletrônico para agilizar casos do INSS

20/11/2024

Em Júri, promotora acusa advogados de seguirem "código da bandidagem"

19/11/2024

Operação Faroeste: CNJ aposenta compulsóriamente desembargadora da BA

21/11/2024

Artigos Mais Lidos

ITBI na integralização de bens imóveis e sua importância para o planejamento patrimonial

19/11/2024

Cláusulas restritivas nas doações de imóveis

19/11/2024

Estabilidade dos servidores públicos: O que é e vai ou não acabar?

19/11/2024

Quais cuidados devo observar ao comprar um negócio?

19/11/2024

A relativização do princípio da legalidade tributária na temática da sub-rogação no Funrural – ADIn 4395

19/11/2024