Sequestro
GAECO e COINPOL prendem policiais e advogados por crime hediondo
As prisões foram efetuadas pela COINPOL - Corregedoria Interna da Polícia Civil e pela CGU - Corregedoria Geral Unificada, simultaneamente, por volta de 15h. Os policiais foram presos na delegacia e os advogados, no escritório onde trabalhavam, em Itaguaí, na Baixada Fluminense. Além dos mandados de prisão, mandados de busca e apreensão requeridos pelo GAECO e expedidos pela 2ª vara Criminal Regional de Santa Cruz foram cumpridos nos dois locais e nas residências dos denunciados. Uma moto e uma TV entregues pela vítima como parte do resgate foram recuperadas no escritório.
De acordo com a denúncia, baseada em investigação da COINPOL, o protético foi sequestrado pelos dois policiais e por um terceiro homem, não identificado, quando deixava, de manhã, a clínica em Campo Grande, na Zona Oeste. Inicialmente, os criminosos o mantiveram nos fundos do estabelecimento, alegando que o prenderiam em flagrante sob o falso pretexto de exercício ilegal da profissão de dentista. Inicialmente exigiram R$ 150 mil para não efetuar a suposta prisão.
Conforme denúncia do MP, depois que o protético apresentou extrato bancário demonstrando não possuir a quantia, os policiais armados o levaram à força para a 36ª DP, numa viatura da delegacia. No trajeto, o obrigaram a tirar um novo extrato bancário.
Após passar pela delegacia, do lado de fora, W. fez uma ligação e, após 20 minutos, os dois advogados chegaram. A dupla teria passado, então, a "renegociar" com os policiais as condições para libertar a vítima. Por fim, chegou-se ao valor de R$ 100 mil em espécie, além de uma TV de 21 polegadas e uma motocicleta. Parentes da vítima também foram à delegacia, presenciando a negociação.
A vítima aceitou as exigências e foi conduzida, então, ao escritório dos advogados no Centro de Itaguaí onde, para acobertar a extorsão, foi simulado um "contrato de prestação de serviços advocatícios". A televisão foi entregue no escritório no mesmo dia e a moto, no dia seguinte. Em 14/4, sem entregar os R$ 100 mil, a vítima noticiou o crime à CGU, que a encaminhou à COINPOL. Esta, por sua vez, instaurou o inquérito que resultou na denúncia do GAECO.
"É difícil imaginar uma hipótese maior de risco à ordem pública e à paz social do que a associação de policiais civis e advogados para a prática de crime hediondo. A quem a sociedade recorrerá para lhe proteger, se tiver a percepção de que policiais e advogados envolvidos com graves delitos permanecem em liberdade?", questiona a denúncia, ao sustentar a necessidade da prisão preventiva.
Os presos foram levados para a COINPOL, no Centro do RJ, e posteriormente serão transferidos para uma carceragem da Polinter, de acordo com informações do MP.
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Fonte : MP/RJ
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