Medicina
Aos 44 anos, em 11 de fevereiro de 1917, faleceu o dr. Oswaldo Cruz
Filho do também médico dr. Bento Gonçalves Cruz e de d. Amélia Taborda Bulhões Cruz, Oswaldo nasceu em 5 de agosto de 1872, em São Luís de Paraitinga/SP.
Ainda criança, com o pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou. Aos quinze anos, ingressou na Faculdade de Medicina, e em 1892, aos 20 anos, recebendo o grau de doutor com a tese "A veiculação microbiana pela água".
Após iniciar a carreira médica como preparador de laboratório de higiene e, mais tarde, auxiliar no Laboratório Nacional de Higiene, ele seguiu para Paris, em 1896, e lá trabalhou três anos no Instituto Pasteur.
De volta ao Brasil, depois de três anos na Europa, Osvaldo Cruz encontrou o Porto de Santos assolado pela epidemia de peste bubônica e se engajou no combate à doença. Diante da situação, foi criado o Instituto Butantã, em São Paulo, dirigido por Vital Brasil, e o Instituto Soroterápico Municipal, no Rio de Janeiro, que se instalou numa fazenda em Manguinhos e que depois se transformou no Instituto Osvaldo Cruz. Era diretor do Instituto o Barão de Pedro Afonso, substituído em 1902 por Osvaldo Cruz. Entre seus auxiliares estavam nomes como; Adolfo Lutz, Artur Neiva, Emílio Ribas e Carlos Chagas.
Em março de 1903, assumiu a direção do serviço da Saúde Pública do Rio de Janeiro, a convite do presidente Rodrigues Alves. Nessa época encontrou resistência no combate à febre amarela: a população e parte dos médicos acreditavam que a doença era transmitida pelo contato com roupas, secreções e sangue dos doentes, entretanto, o sanitarista acreditava em um outro transmissor e ele era um mosquito.
O ápice dessa oposição foi quando estourou a "Revolta da Vacina", como foi nomeada pela mídia, em novembro de 1904. A revolta ocorreu após o médico ter promovido a vacinação em massa da população contra a varíola. Os jornais lançaram campanha contra, o Congresso também protestou e assim foi criado a Liga contra a vacinação obrigatória. A rebelião saiu derrotada pelo governo, mas a vacinação deixou de ser obrigatória. Em 1907, a batalha foi vencida : a febre amarela estava erradicada e seu nome tornou-se conhecido no mundo.
Em 1908, reformou o Instituto Manguinhos, com o que havia de mais moderno em aparelhos. Após pedido da Madeira-Mamoré Railway, fez estudos sanitários em Amazonas e Belém do Pará, e conseguiu melhorar as condições de higinene. Em 1912, procedeu ao saneamento do vale amazônico, ao lado de Carlos Chagas, já então cientista de renome.
Com o falecimento de Raimundo Correia, foi apresentada na Academia Brasileira de Letras a candidatura de Osvaldo Cruz. Na sua eleição, obteve 18 votos, contra 10 dados a Emílio Menezes. Assim tornou-se o 2º ocupante da Cadeira 5, eleito em 11 de maio de 1912.
Em 1916, tornou-se prefeito de Petrópolis/SP e no mesmo ano participou da fundação da Academia Brasileira de Ciências.
O esposo de Emília Fonseca e pai de seis filhos faleceu em Petrópolis, aos 44 anos, em 1917.
Sua vida é também retratada no romance Sonhos Tropicais de Moacyr Scliar, que foi transformado em filme homônimo.
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Fontes : Academia Brasileira de Ciências, Fiocruz e Academia Brasileira de Letras
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