Baú migalheiro
Há 87 anos, no dia 23 de abril de 1923, nasceu no Rio de Janeiro Hélio Jaguaribe de Mattos. Formado em Direito pela PUC/RJ, é filho do geógrafo e cartógrafo da Comissão Rondon, general Francisco Jaguaribe de Mattos, e de Francelina Santos Jaguaribe de Mattos. Sociólogo e cientista político, Hélio é o nono ocupante da Cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 3 de março de 2005 na sucessão de Celso Furtado.
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Helio Jaguaribe de Mattos, academicamente conhecido como Helio Jaguaribe, nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1923, diplomando-se em Direito em 1946 pela Pontifícia Universidade Católica dessa cidade. Filho do eminente geógrafo e cartógrafo da Comissão Rondon, Gen. Francisco Jaguaribe de Mattos, e de Francelina Santos Jaguaribe de Mattos, nascida em Vila Nova de Gaia, Portugal, filha de um grande exportador de vinho do Porto.
Formação e títulos
Em 1952 iniciou, com um grupo de jovens cientistas sociais, um projeto de estudos para a reformulação do entendimento da sociedade brasileira, fundando o Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política – IBESP, de que foi Secretário Geral e Diretor da revista do Instituto, Cadernos de Nosso Tempo, de relevante influência no Brasil e na América Latina.
Em 1956 teve a iniciativa de promover a constituição do Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB, uma instituição de altos estudos, do Ministério da Educação e Cultura, no campo das Ciências Sociais, do qual foi designado Chefe do Departamento de Ciência Política. Exonerando-se de ambas as funções em 1959, por discordância com mudanças na orientação do Instituto, passou alguns anos colaborando, sem vínculos permanentes, com diversas instituições acadêmicas, no Brasil e no exterior. Em 1964, depois de pública condenação do golpe militar, afastou-se do país e foi lecionar nos Estados Unidos: de 1964 a 1966 na Universidade de Harvard; de 1966 a 1967 na Universidade de Stanford; e de 1968 a 1969, no MIT – Massachusets Institute of Tecnology.
Retornando ao Brasil em 1969, ingressou no Conjunto Universitário Cândido Mendes onde, por alguns anos, foi Diretor de Assuntos Internacionais. Com a fundação do Instituto de Estudos Políticos e Sociais, em 1979, foi designado Decano do novo Instituto, função que exerceu até 2003. Nessa data, completando 80 anos, propôs sua substituição por um scholar mais jovem, o Prof. Francisco Weffort, ex-Ministro da Cultura do Governo Cardoso, que foi escolhido para o cargo. A Helio Jaguaribe foi conferido o título de Decano Emérito e, nessa qualidade, continua ativamente suas pesquisas no Instituto.
De abril a setembro de 1992 foi Secretário de Governo (atualmente Ministério) de Ciência e Tecnologia.
Em 1994 iniciou a execução de um amplo projeto de pesquisa, “A Critical Study of History”, concluído em agosto de 1999. A versão em português desse estudo, sob o título Um Estudo Crítico da História, foi publicada em maio de 2001, em dois volumes, pela Editora Paz e Terra, de São Paulo. Versão em espanhol foi publicada, também em dois volumes, pela Editora Fondo de Cultura Económica, do México.
Esse estudo visa a analisar, ademais da Pré-história, dezesseis principais civilizações, a partir da Sumero-Akkadiana até a Ocidental, com o fito de determinar as mais relevantes condições que influíram na emergência, no desenvolvimento e, eventualmente, na decadência dessas civilizações. O estudo procura, em seguida, observar em que medida fatores semelhantes produziram efeitos equivalentes em distintas civilizações e épocas ou, contrariamente, se cada civilização está inserida num contexto único e irrepetível, tendo sido comprovada a ocorrência da primeira hipótese. Intentou-se, finalmente, verificar em que medida as constatações e conclusões desse estudo permitem um melhor entendimento de nosso próprio tempo e de nossa posição relativa no fluxo da história universal. A pesquisa foi empreendida sob os auspícios e financiamento da UNESCO e contou com o apoio consultivo de uma equipe de eminentes historiadores internacionais.
A partir de 2004 Helio Jaguaribe deu início a outro amplo estudo, “O Posto do Homem no Cosmos”. Trata-se de um intento de retomar, à luz dos conhecimentos contemporâneos, a temática de Max Scheler, sob o mesmo título, nos anos 20. Prevê-se que esse estudo seja ultimado em 2006.
Por sua contribuição às Ciências Sociais, aos estudos latino-americanos e à análise das Relações Internacionais, recebeu o grau de Doutor Honoris Causa da Universidade de Johannes Gutenberg, de Mainz, RFA (em 1983); da Universidade Federal da Paraíba (em 1992); da Universidade de Buenos Aires (em 2001).
Em 1996 foi agraciado, por sua contribuição às Ciências Sociais, com a
Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 1999 o Ministério da Cultura conferiu-lhe, por sua contribuição ao desenvolvimento cultural do país, a Ordem do Mérito Cultural.
Condecorações
Argentina:
Comendador, Orden del Libertador San Martin (Decreto de 2.5.1984)
Grande Oficial da Ordem do Mérito
México:
Condecoração Ordem Mexicana del “Aguila Azteca”, en grau de economienda (17.11.1984
Brasil:
Ordem do Mérito de Trabalho, Comendador (7.11.1986)
Ordem do Rio Branco, Grau de Oficial (Diploma de 8.3.1987)
Portugal:
Ordem do Infante D. Henrique, Comendador (Diploma de 5.9.2
001)
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