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OAB/SP inicia campanha contra trote violento

Diante de mais um caso de trote violento, no qual alunos do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barreto sofreram queimaduras depois que veteranos jogaram sobre eles um produto líquido, provavelmente creolina, a OAB/SP prepara campanha contra o trote violento e outros tipos de abusos praticados em faculdades e universidades no início dos anos letivos.

24/2/2010


Campanha

OAB/SP inicia campanha contra trote violento

Diante de mais um caso de trote violento, no qual alunos do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos sofreram queimaduras depois que veteranos jogaram sobre eles um produto líquido, provavelmente creolina, a OAB/SP prepara campanha contra o trote violento e outros tipos de abusos praticados em faculdades e universidades no início dos anos letivos.

A campanha será comandada pelo advogado Fábio Romeu Canton Filho, presidente da CAASP (Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo), que coordenou a Comissão de Direitos Humanos e a Comissão do Jovem Advogado da OAB/SP.

Segundo Canton, a sociedade não pode se omitir diante dessa grave questão. "É inadmissível que se mantenha o trote em nome de uma tradição. O trote violento tem de acabar. Temos acompanhado anualmente histórias de maus tratos, comas alcoólicos e agressões contra os calouros, o que têm levado muitos deles a abandonar o curso em prejuízo pessoal e social", afirmou Canton.

Para o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D' Urso, o trote violento continua a ser uma prática e precisa ser coibido. "Os calouros são submetidos a todo tipo de humilhações e práticas violentas. Recebemos, anualmente, denúncias de familiares de estudantes inconformados com a violência dos trotes. Por isso estamos iniciando a campanha para sensibilizar os estudantes veteranos sobre a extensão dos danos desse tipo de prática", explica D'Urso.

Canton lembra dois casos emblemáticos e extremos de trotes violentos. Em 1980, o calouro Carlos Alberto de Souza, da Universidade de Mogi das Cruzes, morreu depois de ter sido espancado por veteranos quando se opôs ao corte de cabelo, tradicional maneira de calouros serem recebidos nas universidades. Outra tragédia que causou comoção foi a morte do calouro de medicina da USP, Edison Tsung Chi Hsueh, há 11 anos, encontrado morto na piscina da Faculdade de Medicina da USP, depois do churrasco de recepção aos calouros.

A campanha não quer ficar restrita aos Cursos de Direitos, mas abranger todos os demais, alertando os veteranos que o trote violento não condiz com o espírito da academia. "Não podemos aceitar que universitários ajam de modo contrário aos princípios das profissões que pretendem adotar. Enquanto profissionais, muitos desses alunos serão responsáveis pela vida das pessoas e pelo bem estar da comunidade e precisam ter essa consciência desde início de sua formação profissional", ponderam D'Urso e Canton.

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