A importância do advogado nas negociações e a expectativa do cliente
Renato Almeida Viana*
Os negócios jurídicos estão cada vez mais complexos, exigindo dos envolvidos maiores conhecimentos. Estará mais bem posicionado na negociação quem estiver melhor informado.
Portanto, prestará uma assessoria mais eficiente o advogado que, ao ser convocado para participar de uma negociação, tenha, ou busque ter o conhecimento não apenas jurídico, mas também técnico e comercial a respeito do negócio idealizado pelo cliente.
É também fundamental nesse assessoramento perquirir o grau de importância ou mesmo de dependência do negócio para cada uma das partes contratantes, pois haverá situações em que a atuação do advogado, diante do interesse incondicional do cliente na sua efetivação, ficará limitada ao estudo dos riscos envolvidos.
Quanto maior for a busca pelo conhecimento sobre a atividade do cliente e sobre os aspectos técnicos e comerciais a serem discutidos, maiores as chances de o advogado corresponder (ou mesmo superar) as expectativas do seu contratante em relação à sua atuação.
Essa postura terá, inclusive, reflexo direto sobre a elaboração do instrumento contratual que irá formalizar o negócio jurídico. Em diversas situações, é perfeitamente possível justificar a inclusão ou exclusão de disposições contratuais em favor do seu cliente com base em argumento estritamente técnico ou comercial. Portanto, se o advogado não tem esse conhecimento ou não buscou previamente essas informações não poderá utilizá-las, no momento oportuno, em proveito do seu cliente.
Esse conhecimento muito influencia o papel fundamental do advogado de tentar minorar ao máximo os riscos e potencializar as proteções para o seu cliente, uma vez que lhe dá melhores condições de visualizar, sob a ótica empresarial, as potenciais ameaças, as obrigações específicas das partes contratantes, as responsabilidades que deverão ser atribuídas a cada uma delas, etc.
Do contrário, a atuação do advogado se resumirá à de um mero redator das condições comerciais e técnicas fixadas pelas partes, estabelecendo apenas disposições jurídicas genéricas, quase sempre dissociadas da realidade do negócio.
Em busca do melhor resultado para o seu cliente e da superação de sua expectativa em relação à sua atuação, o advogado deve obter, antecipadamente, as informações e alinhar as estratégias e as eventuais margens de concessões, tendo sempre como parâmetro a ética profissional e os demais princípios que norteiam os negócios jurídicos.
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*Advogado do escritório Tolentino Advogados
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