O sentimento de desânimo, aviltamento e desprestígio entre os membros da Segurança Pública civil em Santa Catarina é patente.
Desolados, tanto os servidores do Instituto Geral de Perícias, Policiais Penais e Policiais Civis – tripé relevante que opera diuturnamente como um dos pilares de sustentação da sociedade, a segurança pública –, sentiram-se ultrajados com a aprovação da reforma da previdência.
Apesar de não se questionar a premente necessidade de uma adequação afeta à temática previdenciária estadual, não se poderia prescindir de um modelo justo, perfeito, igualitário e, sobretudo, digno àqueles que arriscam suas vidas diuturnamente como parte intrínseca das atribuições do cargo público que ocupam.
Contudo, lamentavelmente, a história vai mostrar que isso não ocorreu! Aliás, o que se vislumbra no horizonte, é a imensidão de incertezas no mar de direitos suprimidos; os quais, adquiridos a duras penas no transcorrer de décadas, se esvaíram como areia soprada pelo vento.
Desta feita, as consequências práticas ainda são verdadeiras incógnitas. Porém, os reflexos imediatos percebidos no seio destas categorias preocupam e ascendem um sinal de alerta à sociedade.
Isso, porque se as agruras das respectivas realidades institucionais já atuavam com uma espécie de câncer funcional em cada servidor – que mesmo quando não está desempenhando suas funções, permanece vigilante sob o risco da morte o visitar (pois o crime não atua somente em horário comercial e a história recente já mostrou este enfrentamento às organizações criminosas) –, o que se pensar agora na certeza de um futuro desolador?!
No ponto, recorramos à literatura de Marcelo Ávila Marques, que na obra “Fim de Toda Existência. Prelúdio do Fim”, escreve:
“A partir daquele fúnebre dia de sombras, sonhos terríveis e ameaçadores presságios começaram a se manifestar ao caminhar do tempo. Do apogeu ao declínio; famílias em pedaços, vítimas do emergente apocalipse. Por enquanto, seria este apenas o prelúdio.”
Por fim, que tal amargor experimentado pelos operadores da segurança pública civil catarinense sirva de ingrediente para buscar o reconhecimento, valor e importância que têm. Utopia? Eis o prelúdio do fim!