A seleção brasileira de futebol foi ovacionada na terça-feira, 28 de março de 2017, pelo público paulista que lotava o estádio do Corinthians em Itaquera e que tradicionalmente sempre se mostrou crítica à seleção
Por isso, o que mais surpreendeu foi verdadeira homenagem ao técnico Tite, que teve seu nome cantado e gritado pelo público, deixando-o tão emocionado, que chegou às lágrimas.
Tite assumiu o comando técnico da seleção de futebol e, a partir daí, não perdeu mais: foram oito partidas vitoriosas, a maior série invicta da seleção nas fases classificatórias, apresentando futebol vistoso, imprevisível e eficaz.
Como conseguiu tal façanha em tão pouco tempo?
Embora seja o subscritor deste Conselheiro vitalício do Corinthians, não tive contato direto com Tite, mas todos os comentários (e dito pelo próprio Tite nas entrevistas a jornalistas) revelaram a personalidade do treinador: honestidade, lealdade, competência técnica. Se um jogador não ia bem, Tite lhe explicava, com humildade e não com prepotência, que não seria escalado para o próximo jogo, porém reassumiria a titularidade tão logo entrasse em forma técnica e física.
Em outras palavras, Tite foi sempre humilde para ser honesto, e, com isso, conquistou a total confiança dos jogadores do Corinthians (sagrando-se campeão brasileiro de 2015) e, da mesma forma tem nas mãos os consagrados jogadores da seleção, muitos deles jogando nos mais famosos clubes estrangeiros.
O jogo lavou a alma dos brasileiros!
Povo maltratado pelos políticos, enganado, esbulhado, humilhado, com sua dignidade espezinhada, vê surgir um líder nato, carismático, sabedor de que somente com a humildade, a lealdade e a honestidade pode conquistar vitórias. E conquistou o povo!
Contam-se nos dedos os políticos que se qualificam assim honestos e carismáticos. Tivemos Ulysses Guimarães, André Franco Montoro, o amazonense Jefferson Peres, como ainda temos o paranaense Álvaro Dias, o pernambucano Marco Maciel (um pouco afastado da política, talvez circunstancialmente) e uns poucos mais.
Pois é: recomendaria a Tite escrever, como Maquiavel, um manual de regras políticas e éticas e a presenteá-lo a quem se dispuser a seguir os caminhos da Política, para, sem a insuportável demagogia, mas com competência e dignidade, conquistar o povo brasileiro e proporcionar-lhe condições de saúde, moradia, emprego e segurança. Afinal, estrangulando a sangria da corrupção, que nestas nem terminadas duas décadas, do século XXI consumiu vinte bilhões de reais só dos cofres da Petrobras, empresa estatal, esse ideal seria perfeitamente factível.
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