Familiares das vítimas do acidente da TAM, que ocorreu em 2007, manifestam indignação com inquérito da PF
A AFAVITAM (Associação dos familiares e amigos das vítimas do voo TAM JJ 3054) manifestou indignação ao receber a notícia de que o inquérito que corria na Polícia Federal foi concluído, apontando como culpados somente os dois pilotos mortos.
Da Redação
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Atualizado às 09:00
Conclusão
Familiares das vítimas do acidente da TAM, que ocorreu em 2007, manifestam indignação com o inquérito da PF
A AFAVITAM - Associação dos familiares e amigos das vítimas do voo TAM JJ 3054 - manifestou indignação ao receber a notícia de que o inquérito que corria na PF foi concluído, apontando como culpados somente os dois pilotos mortos no acidente.
Para a Associação, a surpresa foi total, tendo em vista que, como o inquérito corria em segredo de justiça, não foi possível aos familiares acompanharem o andamento. "Em muitas oportunidades a quebra do sigilo foi solicitada por nós, e sempre negada". Ainda de acordo com a associação, a investigação da PF corria em paralelo com a da Polícia Civil de SP que, diferentemente daquela, não corria em sigilo. Tal inquérito findou em dezembro de 2008 e apontou 11 pessoas como responsáveis pela "tragédia anunciada", dentre elas membros da TAM, da Infraero e da ANAC, além de mencionar a AIRBUS.
A AFAVITAM afirma ter sido surpreendida em julho deste ano com a mudança do delegado da PF Pedro Sarzi Júnior, que presidia o inquérito desde a sua fase inicial, pelo delegado Ricardo Sancovich. E ainda dizem que não tiveram a possibilidade de conhecê-lo pessoalmente, porque ele não atendeu ao chamado dos familiares. A mudança de delegado causou muita apreensão nos parentes das vítimas, já que o delegado Pedro Sarzi Junior acompanhou a investigação do delegado Barbosa, que corria na esfera estadual.
Segundo a Associação, o dr. Ricardo Sancovich, menos de quatro meses após tomar conhecimento do processo, que deve contar hoje com mais de vinte mil laudas, e que corre há mais de dois anos, parece "ter ignorado todo o trabalho já realizado pela polícia de São Paulo : deu fim ao inquérito sem apontar sequer uma pessoa 'viva' como responsável".
"Nós estamos nesta longa caminhada em busca de verdade e justiça, lutando por mais segurança no setor aéreo. Há mais de dois anos, fazemos passeatas, manifestações, reuniões, sempre exigindo a responsabilização dos culpados e mudanças no setor aéreo. Mesmo diante da dificuldade que é para nós relembrar a cada dia, e a cada reunião toda esta tragédia que resultou na perda de nossos amados, nos mantemos unidos porque, acima de tudo, não queremos que outras famílias brasileiras passem pelo que estamos passando. A impunidade nesse caso, que todo o Brasil tem acompanhado, pode levar a outras transgressões de segurança e a outras mortes", declaram os familiares das vítimas do voo da TAM.
Segundo a AFAVITAM, os familiares das vítimas continuam depositando suas esperanças no MPF, com o procurador Dr. Rodrigo de Grandis, em responder aos anseios dos familiares e de todos os brasileiros, mudar o curso deste inquérito e apontar os culpados "vivos", pelo que foi uma "tragédia anunciada".
O delegado responsável pela apuração da PF, dr. Ricardo Sancovich, foi convidado pela Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAM, a encontrar os familiares na próxima reunião, dia 17/10/09, em Porto Alegre, para explicar os resultados da investigação aos parentes das vítimas.
O acidente da TAM, no dia 17/7/07, causou a morte de 199 pessoas. O avião percorreu toda a pista do aeroporto de Congonhas sem conseguir parar e bateu em um prédio na área externa do terminal.
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