Integrantes de 3 universidades estaduais protestaram nas avenidas paulistas
Protestos dos estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp é notícia nos jornais Folha de S.Paulo e no Estadão. A manifestação contou com passeata da av. Paulista até o largo São Francisco.
Da Redação
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Atualizado às 08:27
Protesto !
Integrantes de 3 universidades estaduais protestaram nas avenidas paulistas
Protestos dos estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp é notícia nos jornais Folha de S.Paulo e no Estadão. A manifestação contou com passeata da av. Paulista até o Largo S. Francisco.
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Confira como o assunto foi abordado pela mídia.
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Folha de S. Paulo
Em dia de protesto, Faculdade de Direito da USP fecha portas
Segundo documento afixado na frente da unidade, objetivo foi evitar danos durante passeata pró-greve na universidade
Manifestantes andaram da av. Paulista até o largo São Francisco pedindo a saída da reitora e eleições diretas para o cargo; ato foi pacífico
(Estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp em protesto nas ruas de SP)A tradicional Faculdade de Direito da USP amanheceu ontem de portas fechadas. O motivo: uma passeata de alunos, professores e servidores de USP, Unesp e Unicamp, que teria o prédio como destino final.
O grupo, que saiu da av. Paulista em direção ao largo São Francisco (centro de SP), onde fica a faculdade, protestava contra a presença da PM no campus da USP e pedia a saída da reitora Suely Vilela. A reitoria não quis comentar o ato.
O fechamento das portas, dizia um documento afixado na frente da Faculdade de Direito, visava à proteção das pessoas e do patrimônio da faculdade. Até provas foram desmarcadas.
Mas a passeata, que chegou por volta das 15h ao local, foi pacífica. Um incidente aconteceu antes de o grupo chegar ao largo São Francisco, quando o morador de um prédio na esquina das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio atirou garrafas de vidro, ovos e outros objetos na multidão. Uma estudante identificada como Natália foi atingida na cabeça e levada para um hospital, onde recebeu pontos. Um estagiário de direito de 25 anos, apontado por testemunhas como o morador que atirou os objetos, foi levado à delegacia.
Ao final do protesto, por volta das 18h, alguns estudantes que permaneciam no local atearam fogo -apagado por policiais- a um cavalete de trânsito. Não houve confronto.
A manifestação começou por volta das 12h, em frente ao vão livre do Masp, e seguiu pelas avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio.
Não se chegou a um consenso sobre o número de participantes. Para o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), eram 8.000; a Adusp (Associação dos Docentes da USP) afirma que eram 4.000. A PM diz que eram 3.000.
Os estudantes, funcionários e docentes portavam cartazes com dizeres contra a reitora da USP e pediam eleições diretas para o cargo.
Desde o último dia 5, professores e alunos da universidade estão em greve, em resposta à entrada da PM no campus para cumprir um mandado de reintegração de posse de prédios bloqueados por funcionários, em greve há 46 dias. Na terça retrasada, após um ato na USP, PMs entraram em um confronto com alunos e servidores, deixando um saldo de dez feridos.
Em frente à faculdade de direito, o jurista Fabio Konder Comparato, professor aposentado da USP, discursou pedindo a saída da reitora: "Quando não há mais confiança entre os que dirigem e os que são dirigidos, os que dirigem devem sair". Em entrevista à Folha semana passada, a reitora afirmou que não deixará o cargo.
Segundo a PM, 270 policiais acompanharam o protesto, que fechou todas as faixas da Paulista, no sentido Paraíso, e todas da av. Brigadeiro Luís Antônio. Às 16h, a CET registrou 91 km de lentidão (a média para o horário é de 75 km).
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O Estado de S. Paulo
Ato na Paulista: sem confronto
Protesto teve grupo de segurança; trânsito ficou fechado, mas CET diz que congestionamento não foi grande
Parte do trânsito das Avenidas Paulista e Brigadeiro Luis Antônio foi fechada por manifestantes das 13 às 15 h de ontem. Alunos, professores e funcionários das três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) protestaram contra a presença da PM no câmpus da USP no Butantã. O ato começou em frente ao Masp e terminou no Largo São Francisco.
Como "medida preventiva" perante a manifestação, a Faculdade de Direito da USP amanheceu fechada. Um comunicado colado na entrada dizia que a intenção era evitar riscos a alunos, funcionários e ao patrimônio da instituição. Alunos reclamaram porque perderam provas e acabaram engrossando o ato da tarde. "É uma atitude antidemocrática do diretor", disse o aluno Ivan de Franco, de 20 anos. Um colega discordou: "Entre fechar a faculdade e chamar a PM, eu fico com a primeira opção", disse Bernardo Pascowitch, também de 20 anos.
Ao contrário da manifestação ocorrida na USP no dia 9, quando houve confronto entre policiais e estudantes, o ato de ontem terminou sem conflito - mas uma estudante do curso de Ciências Sociais da USP foi ferida. Segundo testemunhas, um morador de um edifício no cruzamento das Avenidas Paulista e Brigadeiro Luis Antônio lançou um bloco de gelo que a atingiu na testa, fazendo um corte no lado direito. Ela foi encaminhada ao Hospital Vergueiro.
Apesar do incidente, a avaliação do major Wanderley Barbosa Filho é que tudo terminou dentro do planejado. "Houve colaboração dos manifestantes, acatando nossas orientações." Cerca de 100 grevistas formaram um comitê de segurança para que os demais não invadissem as vias. Outros 220 policiais seguiram a passeata, enquanto 50 permaneciam no Largo São Francisco.
Para o coordenador do Fórum das Seis, João Chaves, o resultado foi positivo. "Esperávamos 3 mil pessoas, mas calculo que chegamos a cerca de 10 mil." Para a PM, o número foi de 1,5 mil manifestantes.
As ruas que cruzam com as vias percorridas foram fechadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e o trânsito foi desviado. Apesar de as vias adjacentes terem ficado com filas de veículos parados, a CET informou que o congestionamento não foi significativo.
REPERCUSSÃO
Com o objetivo de divulgar as pautas da greve, a manifestação causou estranhamento. "Quem é Suely?", perguntaram Bruna Belem e Giovanna Vidigal, de 15 e 16 anos, que estavam em frente a um curso pré-vestibular.
Na segunda-feira haverá reunião entre o Fórum das Seis e o Cruesp para retomar as negociações. Os grevistas dizem, porém, que só entrarão na reitoria se a PM tiver saído do câmpus.
REIVINDICAÇÕES
Reposição da inflação de 6,1%, mais 10% para recuperar perdas históricas, além de R$ 200.
Para os funcionários do Centro Paula Souza, reajuste de 10% e recomposição das perdas salariais
Democratização da estrutura administrativa, do funcionamento dos colegiados e da gestão.
Eleições diretas para reitor
Autonomia didático-científica, administrativa e de gestão, com revogação dos decretos do governo José Serra que motivaram a invasão da reitoria por 50 dias, em 2007
Contratações por concurso público e revogação das políticas de terceirização. Garantia da manutenção do emprego dos atuais 5.214 ocupantes de vagas da USP que são contestadas pelo TCU
Fim da licenciatura a distância criada neste ano
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