PF informa à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas que equipamentos da Abin não grampeiam
Laudo da PF enviado ontem, 18/9, à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, atesta que os equipamentos da Abin não poderiam ter gravado uma conversa entre o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM/GO).
Da Redação
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Atualizado às 08:39
Escutas
PF informa à CPI que equipamentos da Abin não grampeiam
Laudo da PF enviado ontem, 18/9, à CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, atesta que os equipamentos da Abin não poderiam ter gravado uma conversa entre o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM/GO).
Segundo o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB/RJ), o laudo da PF confirma que nenhum dos três equipamentos periciados têm capacidade para interceptar telefones celulares. Agora, ele aguarda o envio de laudo feito pelas Forças Armadas para compará-lo com o documento da PF.
O deputado quer também uma perícia independente, feita por técnicos da Universidade de Campinas (Unicamp). "São equipamentos de varredura e um equipamento específico de escuta ambiente, cujo uso seria indevido por parte da Abin", entende o parlamentar. "Precisamos saber quais outros equipamentos foram comprados pelo Ministério da Defesa em Washington para a Abin, para, a partir da daí, fazermos nossa perícia independente em todos esses equipamentos."
Convocação de Jobim
Marcelo Itagiba não descartou nova convocação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o qual afirmou em depoimento que a Abin adquiriu equipamentos com capacidade de interceptação. "O ministro Jobim, no momento, ficou de encaminhar a relação dos demais equipamentos que foram comprados. Após essa análise e a perícia, nós verificaremos que passo deveremos dar. No momento vamos ouvir o general Félix", acrescentou o parlamentar. O general Jorge Félix é ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e será ouvido na próxima semana.
Também está previsto o depoimento de Francisco Ambrósio do Nascimento, ex-agente do Sistema Nacional de Informações - SNI.
Ele colaborou com as investigações da Operação Satiagraha, mas negou a autoria de grampos em depoimento na quarta-feira, 17/9, à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência.
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