PF prende Celso Pitta, Daniel Dantas e Naji Nahas
A PF prendeu na manhã desta terça-feira, 8/7, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Naji Nahas na operação denominada Satiagraha, que investiga desdobramentos do caso mensalão. Todos eles foram presos em suas residências nesta manhã.
Da Redação
terça-feira, 8 de julho de 2008
Atualizado às 08:59
Operação Satiagraha
PF prende Celso Pitta, Daniel Dantas e Naji Nahas
A PF prendeu na manhã desta terça-feira, 8/7, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Naji Nahas na operação denominada Satiagraha, que investiga desdobramentos do caso mensalão.
Segundo a revista Veja, outras pessoas ligadas ao banco Opportunity também foram presas. Entre elas estariam
De acordo com a PF, foram expedidos 24 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Vinte e dois são mandados de prisão temporária e dois são de prisão preventiva.
Os mandados são cumpridos por 300 policiais em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Ainda não há informações sobre quantos mandados já foram cumpridos.
O ex-prefeito da capital paulista Celso Pitta já está detido na sede da PF em São Paulo. Três carros apreendidos durante a operação também foram encaminhados para o local : um Audi, um Corolla e um Chrysler.
Por volta do meio-dia, no Rio, três carros da PF deixaram o prédio do banqueiro Daniel Dantas e o levaram para a sede da PF no Rio. Os advogados de Dantas também deixaram o local.
Na casa de Naji Nahas, a Polícia Federal encontrou dificuldades e chegou a deter o vigia, que se recusou a abrir o portão. Agentes tiveram de pular o muro para entrar no local.
Normal
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse, em Brasília, que a Operação Satiagraha foi realizada dentro dos parâmetros da Polícia Federal. "Trata-se de uma operação normal e está tudo sendo realizado de acordo com o Ministério Público e com a Justiça."
Segundo a PF, as investigações iniciaram há quatro anos, como desdobramento do caso "Mensalão". A partir de documentos enviados pelo STF para a Procuradoria da República no Estado de São Paulo, foi aberto um processo na 2ª Vara Criminal Federal. Na apuração foram identificadas pessoas e empresas beneficiadas no esquema montado pelo empresário Marcos Valério para intermediar e desviar recursos públicos.
Em nota, a PF informa que baseadas nas informações e em documentos colhidos em outras investigações da PF, os policiais apuraram a existência de uma grande organização criminosa, comandada por um banqueiro, envolvida com a prática de diversos crimes. Para a prática dos delitos, principalmente desvio de verbas públicas, o grupo possuía várias empresas de fachada.
Ainda segundo a PF, com o andamento da apuração foi descoberta a existência de um segundo grupo formado por empresários e doleiros que atuavam no mercado financeiro como forma de "lavar" o dinheiro obtido em negócios escusos. Além de fraudes no mercado de capitais, baseadas principalmente no recebimento de informações privilegiadas, a organização atuava no mercado paralelo de moedas estrangeiras.
O trabalho mostrou que as duas organizações criminosas atuavam de forma interligada, com vários níveis de poder e decisão.
Os presos na operação deverão ser indiciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Eles devem permanecer na carceragem da Superintendência Regional da PF em São Paulo onde ficam a disposição da Justiça.
O nome da operação Satiagraha significa, segundo a PF, resistência pacífica e silenciosa.