Filho e neto de Jango buscam OAB para elucidar envenenamento
O filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart, e o neto de Jango, Christopher Goulart, se reuniram ontem com o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, para pedir o apoio da entidade na viabilização da oitiva de ex-agentes da Agência de Inteligência norte-americana, a CIA, que podem ajudar a esclarecer o assassinato por envenenamento de Jango, há cerca de 30 anos.
Da Redação
terça-feira, 20 de maio de 2008
Atualizado às 08:18
Esclarecimento
Filho e neto de Jango buscam OAB para elucidar morte por envenenamento
O filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart, e o neto de Jango, Christopher Goulart, se reuniram ontem com o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, para pedir o apoio da entidade na viabilização da oitiva de ex-agentes da Agência de Inteligência norte-americana, a CIA, que podem ajudar a esclarecer o assassinato por envenenamento de Jango, há cerca de 30 anos.
João Vicente Goulart reivindica que seja colhido especialmente o depoimento do ex-agente da CIA, Frederick Latash, que teria trazido do Chile o composto químico usado para matar o ex-presidente brasileiro. "Necessitamos dos meios jurídicos necessários para ouvir o quanto antes essas pessoas, que são as que detêm as informações verdadeiras sobre o que aconteceu naquela época. Queremos que essa história seja esclarecida não somente para a família, mas para a história brasileira".
O processo que trata da morte do ex-presidente tramita no STJ e foi ajuizado por Maria Thereza Goulart contra o Governo dos Estados Unidos. O interesse maior da família é que o MPF/RS viabilize a oitiva de Latash, hoje testemunha sob proteção do governo dos Estados Unidos. O filho de João Goulart acredita que Latash, exatamente por estar sob proteção de seu governo, não teria problemas em relatar de que forma Jango foi morto, depoimento essencial para a elucidação do envenenamento que pode ter sido praticado a pedido do governo brasileiro em complô com agentes uruguaios.
Jango faleceu no dia 6 de dezembro de 1976, exilado na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. No entanto, os indícios são de que Jango foi morto ao ingerir comprimidos contendo veneno. As cápsulas envenenadas teriam sido misturadas as de seus remédios verdadeiros no Hotel Liberty,
Na sede da OAB, o filho do ex-presidente da República afirmou que o intuito é o de que os advogados brasileiros conheçam a versão real da morte de Jango e que ajudem a família a contar com a celeridade jurídica de que o processo necessita.
"Queremos concluir a investigação sobre as dúvidas que pairam sobre este assassinato. Desejamos a explicação clara para a morte do único presidente constitucional deste país que morreu no exílio", afirmou. Jango assumiu a presidência do Brasil em 7 de setembro de 1961, sob o regime parlamentarista, e governou até o golpe de 1964.
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