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Faleceu o ex-senador Artur da Távola

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Da Redação

sábado, 10 de maio de 2008

Atualizado às 19:04


Falecimento

Ex-senador Artur da Távola é sepultado no Rio

O corpo do jornalista e ex-senador Artur da Távola - PSDB/RJ foi sepultado no último sábado, no Cemitério São João Batista, depois de ter sido velado durante cerca de sete horas no Palácio Tiradentes, sede da Alerj.

O escritor, jornalista, advogado, professor e político faleceu na sexta-feira, 9/5, em seu apartamento no Rio de Janeiro, aos 72 anos. Ex-deputado federal pelo antigo estado da Guanabara, pelo PTN, Artur da Távola foi eleito senador pelo PSDB em 1994, tendo cumprido os oito anos do mandato. Foi um dos fundadores do partido.

Paulo Alberto Monteiro de Barros - seu verdadeiro nome - foi exilado político no Chile e na Bolívia durante o regime militar pós-64. Tornou-se uma pessoa conhecida ao voltar ao Brasil e manter, por 15 anos, uma coluna no jornal O Globo, onde fazia análise sobre televisão. Nos últimos 18 anos, escreveu para o jornal O Dia as "Crônicas sobre a Vida". Na era da Internet, manteve dois blogs - em um deles (clique aqui) ainda pode ser acessada a crônica "Papo dispersivo sobre a paixão", datada de quinta-feira, 8/5.

"Foi um dos grandes oradores do Senado. Quando ele começava, fazia-se o silêncio. Eram verdadeiras aulas. imperdíveis", assim se manifestou o governador do Rio, Sérgio Cabral, ex-senador, ao comentar a morte do amigo.

No Senado, Artur da Távola foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso. Despediu-se no dia 19/12/02 com um discurso de apenas 11 linhas, onde afirmou que o Senado "é uma grande Casa de trabalho, cultura e patriotismo" e que saía da vida parlamentar com a mesma dignidade com que entrara 42 anos antes. Disse que saía sem deixar inimigos, pois discutia idéias, e não pessoas, o que lhe permitia sempre dizer o que pensava.

"Intelectual não lê o que eu escrevo, pois eu escrevo para o grande público. E eu escrevo crônica, que é considerado um gênero menor. Não é, mas foi caracterizado assim", sustentou Artur da Távola em entrevista, em 2005, à ABI. Ele é autor de 23 livros.

Além de autor de crônicas, era profundo conhecedor de música, especialmente da clássica e da popular brasileira. Manteve por muitos anos programas sobre música na Rádio Senado, que o homenageou nesta sexta-feira, 9/5. Na TV Senado, apresentava o programa "Quem tem medo de música clássica".

Sua vida política começou como estudante de Direito na PUC do Rio, quando participou do movimento estudantil. Em 1960, ainda usando o nome de batismo, foi eleito deputado constituinte pelo PTN no recém-criado estado da Guanabara. Dois anos depois, foi reeleito, quando ingressou no PTB.

Perseguido pelo regime militar, exilou-se no Chile e na Bolívia. Em 1968, voltou ao país e começou a escrever uma coluna sobre televisão no jornal Última Hora. Pouco depois, adotou o pseudônimo de Artur da Távola - numa homenagem ao rei Artur da Távola Redonda, conforme a Agência Globo. Em 72, começou sua coluna em O Globo. Quatorze anos depois, foi eleito deputado federal pelo PMDB - o mais votado pelo estado do Rio -, quando deixou de escrever sua coluna.

Como deputado constituinte, lutou por alterações na legislação que regula a concessão de emissoras de rádio e televisão. Em 1988, juntou-se ao grupo de Fernando Henrique Cardoso, Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e outros para fundar o PSDB. No Senado, foi presidente da Subcomissão Permanente de Cinema, Teatro, Música e Comunicação Social, ligada à Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Em agosto de 1999, poucos meses após a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, anunciou seu desligamento do partido, argumentando que o PSDB estava se distanciando dos princípios da social-democracia. No entanto, não chegou a oficializar sua saída do partido.

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