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Faleceu o pesquisador Paulo de Mesquita Neto, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, filho do dr. José Ignacio Botelho de Mesquita

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Da Redação

quinta-feira, 27 de março de 2008

Atualizado em 26 de março de 2008 16:24

 

Falecimento

 

Faleceu o pesquisador Paulo de Mesquita Neto, filho do dr. José Ignacio Botelho de Mesquita

É com imenso pesar que o Núcleo de Estudos da Violência da USP comunica o falecimento do dr. Paulo de Mesquita Neto, filho do dr. José Ignacio Botelho de Mesquita.

Paulo de Mesquita Neto, pesquisador Sênior do NEV desde 1994 e atualmente um de seus coordenadores, faleceu ontem, dia 26 de março de 2008, pela manhã, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Durante todos estes anos no NEV, desenvolveu muitos trabalhos, principalmente nas áreas de Segurança Pública, Polícia e Monitoramento dos Direitos Humanos. Para o NEV, Paulo destacava-se por seu caráter, objetividade e inestimável companheirismo. Sua existência deixa para o NEV um verdadeiro exemplo de competência, generosidade e retidão e deixa a todos do NEV com muitas saudades.

O velório aconteceu ontem, 26/3, das 13h às 15h, no Hospital Sírio Libanês, na rua D. Adna Jafet, 91, Bela Vista. Após esse horário, o corpo seguiu para o Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, Rodovia Regis Bittencourt, Km. 290.

Saudades

 

O senador Eduardo Suplicy lamentou em Plenário ontem a morte de Paulo de Mesquita Neto. Mesquita Neto, assinalou o senador, contribuiu com muitos trabalhos na área de segurança pública, polícia e monitoramento. Suplicy lembrou a competência, a generosidade e a retidão do pesquisador, que "deixa muitas saudades". "Paulo de Mesquita Neto destacava-se por seu caráter, objetividade e inestimável companheirismo", disse.

 

Paulo de Mesquita Neto

 

Leia abaixo matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo de hoje.

Paulo de Mesquita Neto

 

A comunidade no combate à violência  

     

"Na faculdade, todos eram apaixonados por ele", diz a amiga sobre o menino baixo, magro e de rosto meigo que, nos anos 1980, circulava pelas arcadas da Faculdade de Direito da USP e pelas salas de jornalismo da PUC. Era Paulo de Mesquita Neto.

 

A coisa mais violenta que fizera foi jogar rúgbi no colegial. Desde então, o paulistano de fala mansa se dedicou a estudar a coibição da violência. Quando chegou a Nova York, em 1987, para o mestrado em Columbia, a cidade vivia insegura. Ao terminar o doutorado, em 1995, havia alguma paz. O segredo, concluiu, fora a ação policial focada na comunidade. Em vez de repressão, a harmonia entre polícia e sociedade.

 

Convidado a coordenar um dos maiores projetos comunitários contra a violência no Brasil, o Instituto São Paulo Contra a Violência, aceitou -não apenas para apontar soluções, mas para buscá-las na prática.

 

Esteve à frente do Núcleo de Estudos da Violência da USP e foi conselheiro da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo -defendendo ser falsa a idéia de que a violência policial é aceitável para reduzir a criminalidade. "A redução da violência social está associada à redução da violência policial", disse.

 

Sua certeza era que só o policiamento comunitário poderia resolver o problema da violência. Casado, tinha dois filhos. Faleceu ontem, aos 46, em São Paulo. O rosto meigo, diz a viúva, "ainda era o mesmo".    

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Paulo de Mesquita Neto

 

Ph.D. em Ciência Política - Columbia University (1995), M.Phil. em Ciência Política - Columbia University (1990), Bacharel em em Comunicação Social - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1985), Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (1984).

 

Coordenador da área de Monitoramento de Direitos Humanos do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, e do programa de bolsas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Membro do Conselho da Cátedra Unesco de Direitos Humanos do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (2007-2009), do conselho consultivo do Centro Santo Dias de Direitos Humanos (2006-presente) e do conselho consultivo da Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo (2007-presente).

 

Co-editor da Revista Brasileira de Seguraça Pública e membro do Conselho Editorial da Revista Última Ratio. Pesquisas em Ciência Política, Política Comparada, com ênfase em Estado, Governo, Políticas Públicas, focalizando principalmente os seguintes temas: Brasil, democracia, direitos humanos, segurança pública, polícia, violência e crime.

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