Polícia localiza telas de Portinari e Picasso furtadas do Masp
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Da Redação
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Atualizado às 08:37
Portinari e Picasso
Polícia localiza telas furtadas do Masp
A Polícia Civil de SP recuperou na noite de ontem as duas telas furtadas do Masp no dia 20 de dezembro. Os quadros - um Picasso e um Portinari - já estão na sede do Deic, em São Paulo, e devem ser levados de volta ao Masp hoje, às 11h.
De acordo com o delegado geral Maurício Freire, as investigações que levaram a polícia aos quadros furtados do Masp começaram há dez dias com a prisão de Francisco Laerte Lopes de Lima, suspeito de envolvimento no crime.
Ontem, a polícia deteve outro suspeito, Robson de Jesus Jordão, que teria revelado que as obras estavam em uma casa na cidade Ferraz de Vasconcelos, parte leste da região metropolitana de São Paulo.
De acordo com a polícia, os dois detidos têm ficha extensa de roubos e participaram de duas tentativas frustradas de roubo ao Masp em 2007. Ainda segundo a polícia, Francisco assume a tentativa de roubo, mas não a conclusão do crime.
O furto das telas do Masp ocorreu entre às 5h09 e 5h12 da madrugada do dia 20 de dezembro, durante a troca de turno dos vigias. Três ladrões invadiram o prédio, situado na Avenida Paulista, e roubaram as pinturas ''O lavrador de café'', de Candido Portinari, e ''Retrato de Suzanne Bloch'', de Pablo Picasso.
Avaliadas em US$ 55 milhões, ou cerca de R$ 100 milhões, as telas estão estão entre as mais importantes e famosas do acervo do museu, mas não tinham seguro. As portas de entrada e das salas onde estavam os quadros furtados não possuíam alarme.
Imagens gravadas pelo circuito interno de câmeras registraram a ação dos bandidos. Os criminosos usaram um macaco hidráulico para suspender uma porta e um pé-de-cabra para quebrar um vidro. Contados no relógio, foram 36 minutos para arrombar a porta principal. Depois, o primeiro ladrão verifica o local, entra e, em seguida, os dois comparsas o seguem. Eles vestem roupas escuras e sobem juntos as escadas em direção às obras.
Três minutos depois, o primeiro ladrão desce. Ele, aparentemente, usa luvas brancas e fica perto da porta principal. O segundo desce com um dos quadros, "O lavrador de café", de Portinari. Ele deixa a obra no chão e puxa a tela para fora. O terceiro ladrão desce com o outro quadro na cabeça. É a tela de Picasso, que passa pela mesma porta arrombada. Dois minutos e meio depois, os seguranças aparecem.
Em uma outra tentativa de invasão ao Masp, ocorrida três dias antes do furto, bandidos usaram um maçarico. Não foi registrado boletim de ocorrência. Em outubro, dois homens conseguiram invadir o museu e tentaram chegar ao segundo andar, mas fugiram sem levar nada.
O Masp estava fechado desde o dia do furto e deve reabrir nesta sexta-feira. Para melhorar a segurança externa do prédio, a Polícia Militar colocará uma cabine com funcionamento diário das 7h às 23h em frente ao Parque Trianon e um carro da polícia no espaço Lina Bo Bardi (vão livre do Masp) todos os dias das 23h às 7h. A medida foi anunciada em nota pelo presidente do museu, Julio Neves, e pelo presidente do Conselho Deliberativo do órgão, Adib Jatene.
Também será colocada, ainda no 1º semestre, uma base fixa de segurança comunitária na calçada do Parque Trianon, com funcionamento 24 horas por dia, em posição que permita a melhor visão do acesso principal do Museu.
As obras
- "O Lavrador de Café" - Portinari
O Lavrador de Café, de Portinari (1903-1962), com seus imensos pés e mãos, simbolizam o poder transformador do trabalho dos camponeses e dos oriundos da raça negra, em particular; um belo retrato do pensamento social no Brasil da década de 30.
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"Retrato de Suzanne Bloch" - Picasso
A exposição promovida em 1994 pelo Musée Picasso de Paris conferiu renovado relevo à figura de Suzanne Bloch, personagem dos círculos freqüentados por Picasso na Paris do início do século. Irmã do violonista Henri Bloch e importante cantora wagneriana, Suzanne Bloch posou no ateliê de Picasso, no número 13 da rue Ravignan, onde fora introduzida por Max Jacob, em finais de 1904. Fruto dessas sessões, talvez tenha sido apenas o desenho a bico de pena com realces de guache, que lhe fez então Picasso (assinado e datado de 1904), conservado na coleção Neubury Coray, em Ascona (Palau i Fabre, apud Camesasca 1987, p. 214). O retrato a óleo nasce, em todo o caso, ainda neste ano de 1904, o último da fase azul, a que ele tão plenamente pertence. Esse retrato caracteriza-se pela emergência de uma reflexão sobre a estrutura plástico-cromática de Cézanne, no âmbito de um "pós-impressionismo, já absorto nos problemas que farão explodir a arte" (Camesasca 1987, p. 215)
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Fonte: G1
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