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Audiência Pública

OAB/SP debate a regulação das redes sociais em audiência pública

Evento reuniu especialistas para discutir um marco regulatório no Brasil, abordando inteligência artificial e liberdade de expressão.

Da Redação

quinta-feira, 27 de março de 2025

Atualizado às 14:30

Nesta quarta-feira (26), a OAB SP - Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo promoveu a primeira audiência pública sobre a regulação das redes sociais e plataformas digitais, com foco na implementação de um marco regulatório no Brasil. O evento reuniu especialistas do setor de tecnologia, da comunidade jurídica e da sociedade civil, com o objetivo de buscar soluções que permitam inovação responsável e proteção aos direitos fundamentais.

A abertura foi marcada pelo discurso da vice-presidente da Ordem paulista, Daniela Magalhães, que destacou a importância de promover um debate técnico sobre as questões relacionadas à regulação das mídias sociais. "O mundo mudou e está em constante transformação. Estamos construindo um novo mundo, discutindo um novo arcabouço, sempre preocupados com a liberdade de expressão. A OAB SP é a casa para esses debates."

Ronaldo Lemos, fundador do ITS Rio - Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, ressaltou a polarização gerada por esse tema e a necessidade de posicionamento no debate democrático. "Sempre que temos disputas polarizadas como essa na democracia, devemos tomar partido e escolher um lado, e o nosso lado é o lado do debate", afirmou.

Novas tendências na governança interna de plataformas

O primeiro painel trouxe discussões sobre os impactos da inteligência artificial na governança interna das grandes plataformas digitais. João Victor Archegas, coordenador do ITS Rio, destacou os desafios da moderação de conteúdo em plataformas como Meta e X (antigo Twitter), apontando como essa moderação é influenciada por tendências históricas e tecnológicas.

Luis Prado, especialista em Direito Digital, Privacidade e Proteção de Dados, enfatizou que a IA, embora um meio, não pode ser vista como um fim, alertando para os riscos de seu uso indiscriminado na moderação de conteúdo. "A IA deve ser uma ferramenta neutra, mas não pode representar um risco para a moderação de conteúdo nas plataformas", afirmou.

Karolyne Utomi, advogada e membro da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB/SP, complementou o debate ao destacar o ponto de vista do ECA sobre o tema e como os esforços da sociedade precisam ser coletivos para essa moderação, não ficando apenas a cargo dos pais. Os direitos da criança e do adolescente desempenham um papel central no debate sobre a regulação das redes sociais e plataformas digitais, especialmente diante dos desafios da moderação de conteúdo, privacidade e exposição a riscos online.

 (Imagem: Divulgação/OAB/SP - Raphael Reche)

Audiência Pública(Imagem: Divulgação/OAB/SP - Raphael Reche)

Construindo uma regulação brasileira de plataformas digitais

No segundo painel, os participantes discutiram a construção de uma regulação brasileira para plataformas digitais, com foco no aprendizado do PL 2.630/20, em tramitação no Congresso, e na influência do Digital Services Act europeu.

Marina Pita, diretora de Promoção da Liberdade de Expressão e Enfrentamento à Desinformação da Secretaria de Políticas Digitais, tratou das propostas do governo para essa regulação e mencionou a consulta pública realizada pelo Ministério da Fazenda para abordar o ponto de vista econômico da regulamentação.

A advogada Marcela Matiuzzo abordou o impacto dessa regulação sob a ótica mercadológica, traçando um paralelo com outras jurisdições fora do contexto brasileiro. Já Marcelo Bechara, diretor de Relações Institucionais e Regulação do Grupo Globo, destacou a lacuna existente no Brasil em termos de regulação da governança digital e abordou o impacto do Art. 19 do Marco Civil da Internet, além das ações em andamento no STF.

Francisco Cruz, ex-diretor do InternetLab, analisou os desafios na construção de uma regulação eficaz para plataformas digitais no Brasil, ressaltando a necessidade de equilíbrio entre inovação e proteção de direitos fundamentais, sem que uma regulação excessiva inviabilize o desenvolvimento tecnológico.

Palavra aberta

Após os painéis, o debate foi aberto ao público, com a discussão concentrada em três pontos principais: a relação entre o Marco Civil da Internet e as novas propostas regulatórias, os aspectos práticos da governança das plataformas digitais e as alternativas ao modelo regulatório atual.

Durante a palavra aberta, os participantes discutiram o papel da OAB na regulação das redes sociais, destacando os desafios de normatizar um ambiente tão amplo e dinâmico. Também foi abordado o impacto da produção de conteúdo digital, que vai além da advocacia e afeta diretamente a sociedade, exigindo um equilíbrio entre liberdade de expressão e responsabilidade.

A necessidade de investimento em educação digital nas escolas foi um ponto central, reforçando a importância de preparar crianças e adolescentes para um uso seguro e consciente das plataformas. Uma das questões levantadas foi a viabilidade da criação de uma agência reguladora nos moldes do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), voltada para fiscalizar práticas digitais e garantir maior proteção aos usuários, especialmente os mais vulneráveis.

OAB/SP - Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo

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