PF apura vazamento de informações sigilosas do STJ no Tocantins
A operação cumpriu um mandado de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão.
Da Redação
terça-feira, 18 de março de 2025
Atualizado às 11:10
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira, 18, uma nova fase da Operação Sisamnes, que investiga crimes de obstrução de Justiça, violação do sigilo funcional e corrupção ativa e passiva. A ação cumpriu um mandado de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão no Estado do Tocantins.
Um integrante do Ministério Público do Tocantins foi alvo de buscas, e um assessor jurídico que atua em seu gabinete foi preso preventivamente.
As investigações indicam a existência de uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas relacionadas a processos supervisionados pelo STJ. Segundo a PF, o vazamento desses dados teria frustrado operações policiais e beneficiado investigados.
A operação foi determinada pelo STF e incluiu, além das buscas e prisão, medidas como afastamento das funções públicas, proibição de contato entre investigados, restrição de saída do país e recolhimento de passaportes.
Origem da investigação
A apuração começou em 2023, quando mensagens encontradas no celular de um advogado assassinado em Mato Grosso indicaram um possível esquema de compra de decisões judiciais. O caso foi encaminhado ao CNJ, que acionou a Polícia Federal para aprofundar as investigações.
Em novembro do ano passado, a primeira fase da Operação Sisamnes cumpriu mandados de busca e apreensão em gabinetes de ministros do STJ e prendeu um lobista suspeito de intermediar a venda de sentenças.
Agora, as apurações avançam para o Tocantins, onde a Polícia Federal identificou um possível novo núcleo de atuação, envolvendo integrantes do sistema de Justiça.