Disputa entre Açominas e SulAmérica envolve um pagamento que pode chegar a US$ 165 milhões
Da Redação
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Atualizado às 08:05
Seguro
Disputa entre Açominas e SulAmérica envolve um pagamento que pode chegar a US$ 165 milhões
A seguradora SulAmérica e a siderúrgica Açominas, do Grupo Gerdau, travam na Justiça de MG a maior disputa entre uma empresa e uma seguradora na história recente do país. A briga por um pagamento de cerca de US$ 165 milhões levou dois juízes mineiros a desistirem recentemente do caso, sem maiores explicações.
Em 25 de maio, o juiz Luiz Gonzaga Silveira, da 10ª Vara Cível, alegou motivo de 'foro íntimo' para desistir do processo. Gonzaga Silveira esteve por meses à frente do processo. Seu substituto não esperou tanto. Logo que recebeu a ação, no dia 31 de maio, José Carmo Veiga de Oliveira, da 11ª Vara Cível, deu-se por 'suspeito', também por 'motivo de foro íntimo'. Procurados pela reportagem do jornal Estado de S. Paulo, os juízes se limitaram a dizer que não são obrigados por lei a dar explicações.
A disputa começou em março de 2002, quando um regenerador explodiu na Açominas,
A princípio, a SulAmérica aceitou pagar o seguro pela explosão do regenerador e pela paralisação da produção - cláusula de lucros cessantes, segundo os termos técnicos. Seu cálculo para a indenização era de US$ 31,6 milhões. Já a Açominas fez dois cálculos para o pedido de indenização. Em um primeiro momento, pediu US$ 83,6 milhões. Mas refez as contas em um segundo estágio da ação e chegou ao pedido de cerca de US$ 165 milhões. A diferença se deve principalmente a uma discussão se o seguro do regenerador deve cobrir os problemas causados pelo rápido resfriamento do alto-forno, que foi desligado no momento do acidente.
Documento
Recentemente, a SulAmérica anexou um documento com potencial de gerar mais polêmica no processo. Trata-se de uma troca de e-mails entre executivos da consultoria européia Danieli Corus, especializada
Em outra parte do documento, Callenfels afirma: 'Uma temperatura de domo de 1.450° é demasiadamente alta para se manter e presumir que não haja motivos para preocupação. Tudo indica que, de agora em diante, o problema somente ficará pior.' Ao final, ele conclui: 'Trincas com 3.000 mm de comprimento me parecem incrivelmente longas, e há o risco de todo o domo explodir (isso aconteceu na Alemanha).'
A SulAmérica usa esse documento para acusar a Gerdau Açominas de negligência. Os papéis, diz a SulAmérica, 'revelam a temeridade com que a Gerdau persegue lucros, e que (a empresa) não tem qualquer pudor para assumir o agravamento dos seus riscos em prol da produção de aço.' Depois de anexar o documento, a seguradora mudou seu discurso e agora quer retirar sua oferta de pagamento inicial e pedir de volta os US$ 20 milhões que havia adiantado. Sobre a origem do documento, a SulAmérica diz que a Gerdau Açominas se negou a dar os papéis pedidos e que 'somente graças a alguma insatisfação no seio da própria Gerdau acabaram sendo distribuídos à imprensa.' A SulAmérica não quis dar entrevistas.
Procurada, a Gerdau Açominas diz que não é sua política comentar processos judiciais
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Fonte: O Estado de S. Paulo
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