Eunice Paiva se registrou na OAB em 1979; veja cadastro da advogada
Símbolo de resistência, Eunice Paiva transformou a dor em luta e, após ser aprovada em três universidades, conquistou seu registro na OAB, atuando na defesa dos direitos humanos e dos povos indígenas.
Da Redação
quarta-feira, 5 de março de 2025
Atualizado às 13:56
A recente conquista do Oscar pelo filme "Ainda Estou Aqui" trouxe aos holofotes a história de Eunice Paiva, advogada e ativista dos direitos humanos no Brasil.
Interpretada por Fernanda Torres, cuja atuação também lhe rendeu um Globo de Ouro, Eunice é retratada como uma mulher de coragem inabalável, que lutou incansavelmente para descobrir a verdade sobre o paradeiro do marido, Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar.
Mas sua história foi muito além do drama familiar. Seu registro na OAB/SP, em 1979, sob o número 53.248, simboliza a trajetória marcada por resistência e compromisso com a justiça.
A conquista do Direito
Em 1973, determinada a recomeçar sua vida e encontrar meios para continuar sua luta por justiça, Eunice prestou vestibular em pelo menos três instituições renomadas: Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade São Leopoldo e Universidade Católica de Santos.
Demonstrando grande capacidade intelectual e resiliência, foi aprovada em todas elas, destacando-se com a 12ª colocação tanto na Universidade São Leopoldo quanto na Universidade Católica de Santos.
Aos 47 anos, já mãe de cinco filhos e viúva de um desaparecido político, Eunice decidiu cursar Direito.
Sua formação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, concluída com a colação de grau em 6 de janeiro de 1978, foi uma escolha que refletia não apenas uma necessidade pessoal, mas um propósito maior: usar o Direito como ferramenta de resistência e defesa dos vulneráveis.
O peso simbólico da carteirinha
Com a ascensão de sua história ao cinema e o reconhecimento internacional do filme "Ainda Estou Aqui", o nome de Eunice Paiva segue vivo.
Seu registro na OAB não é apenas um documento de identidade profissional, mas um símbolo de resiliência e dedicação à justiça. Eunice usou o Direito como uma ferramenta de luta e se tornou uma inspiração para gerações de advogados que defendem os direitos humanos no Brasil.
O legado de Eunice Paiva não está apenas nos livros, nos tribunais ou nas memórias dos que conviveram com ela. Agora, também está registrado na história do cinema e nos corações daqueles que continuam sua luta por um país mais justo.