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Tribunal do Júri

Juíza determina termo circunstanciado por advogados gravarem Júri

Ato foi considerado descumprimento de ordem judicial anteriormente concedida.

Da Redação

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Atualizado às 12:00

A juíza de Direito Alexandra Lamano Fernandes, de Cabreúva/SP, determinou a instauração de termo circunstanciado contra advogados que gravaram sessão plenária do Tribunal do Júri, contrariando uma ordem judicial. A gravação, inicialmente autorizada, foi posteriormente proibida após reconsideração da magistrada, motivada por uma nova manifestação do Ministério Público.

A defesa havia solicitado a gravação dos atos públicos da sessão do Júri. O promotor de Justiça Fauzi Hassan Choukr, em primeira manifestação, não se opôs ao pedido, desde que as gravações fossem utilizadas apenas dentro do devido processo legal.

Diante disso, a juíza autorizou a gravação, impondo limites para evitar a captação de atos sigilosos, como a votação dos jurados.

No entanto, dias depois, a promotora de Justiça Gabriela Carvalho de Almeida Estephan solicitou a revogação da autorização para gravação. O órgão alegou que o registro de imagens e áudio poderia comprometer a segurança e a privacidade dos envolvidos, incluindo jurados e testemunhas, bem como configurar tratamento indevido de dados pessoais, com base na LGPD.

Diante dessa nova manifestação, a magistrada reconsiderou sua decisão e indeferiu a gravação. Apesar da proibição, os advogados de defesa seguiram com a gravação da sessão plenária.

A juíza, ao tomar conhecimento, determinou a instauração de um termo circunstanciado para apurar a conduta dos profissionais envolvidos.

Segundo o despacho, a medida visa esclarecer os fatos e, caso necessário, acionar a OAB para a devida análise.

 (Imagem: Freepik)

Juíza proibiu gravação de sessão do Júri por advogados.(Imagem: Freepik)

Indignação

Nas redes sociais, a advogada Adrielle  Amorim, responsável pelo caso, criticou a decisão, classificando-a como uma arbitrariedade contra a advocacia. Segundo ela, a gravação da sessão havia sido previamente autorizada e revogada apenas às vésperas do julgamento, sem justificativa razoável.

"Levamos nossos equipamentos para registrar nossa atuação, pois esse pedido já havia sido feito meses atrás e autorizado pela juíza. Porém, na véspera do julgamento, a magistrada voltou atrás e simplesmente proibiu a gravação", afirmou.

A advogada destacou que a gravação de atos públicos é uma prerrogativa da advocacia garantida pelo CPC e pela OAB. Diante disso, optou por seguir com a gravação, considerando que o direito estava amparado pela legislação vigente.

No entanto, considerou a instauração do termo circunstanciado uma tentativa de criminalizar advogados no exercício de suas funções.

"Desde quando advogados não podem registrar o próprio trabalho? Se aceitarmos essa situação, qual será o próximo passo?", questionou. Ela também ressaltou que esse tipo de restrição tem se tornado cada vez mais comum e representa um risco à advocacia.

Para ela, a classe precisa se unir e reagir contra medidas que limitam o direito dos advogados de exercerem suas funções de maneira plena e independente.

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