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Mudança jurisprudencial

STJ muda de tráfico para consumo caso de preso com 37g de maconha

Colegiado ressaltou a importância da prova da destinação da droga e reafirma a jurisprudência sobre o tema.

Da Redação

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Atualizado às 08:49

A 5ª turma do STJ desclassificou a condenação de um homem preso com 37 gramas de maconha, de tráfico de drogas para consumo próprio.

A decisão baseou-se na aplicação do Tema 506 da repercussão geral do STF, que estabelece a presunção de consumo pessoal para quem portar até 40 gramas da substância.

O caso envolveu um preso em Mato Grosso do Sul, condenado a seis anos e cinco meses de reclusão após receber uma marmita com maconha escondida em um pedaço de carne.

A defesa argumentou no STJ que não havia provas suficientes para configurar o crime de tráfico.

"A jurisprudência deste STJ vem se posicionando de maneira clara acerca da necessidade da consolidação de quadro seguro sobre a autoria e a materialidade para que se possa dar o réu por incurso no delito de tráfico, prevalecendo, em caso de dúvida, o tipo do artigo 28 da Lei 11.343/2006", afirmou a ministra Daniela Teixeira, relatora do caso.

 (Imagem: Freepik)

STJ desclassifica conduta de tráfico de drogas de preso encontrado com 37 gramas de maconha.(Imagem: Freepik)

Diferença

De acordo com a relatora, os tipos penais previstos nos arts. 28 e 33 da lei 11.343/06 dependem da destinação dada à droga.

O artigo 28 criminaliza o consumo pessoal, enquanto o art. 33 não exige destinação específica para configurar tráfico.

Para diferenciar os casos, é necessário analisar fatores como quantidade da substância, contexto da apreensão e antecedentes do agente.

A ministra destacou ainda que o STF, ao julgar o Tema 506, definiu que "será presumido usuário quem, para consumo próprio, adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo até 40 gramas de Cannabis sativa ou seis plantas-fêmeas, até que o Congresso Nacional venha a legislar a respeito".

Diante da ausência de elementos que comprovassem a intenção de tráfico, a ministra considerou válida a alegação do preso de que era usuário, decisão respaldada pela quantidade de droga apreendida.

Leia o acórdão.

Com informações do STJ.

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