Expansão no mercado americano é oportunidade para empresas brasileiras
Martinelli Advogados aponta cenário atual como promissor para corporações brasileiras interessadas em captar recursos e para bancos de investimento locais que buscam fortalecer sua atuação no mercado dos EUA.
Da Redação
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Atualizado às 13:55
O Martinelli Advogados aponta que o cenário atual é promissor para corporações brasileiras interessadas em captar recursos e para bancos de investimento locais que buscam fortalecer sua atuação no mercado dos Estados Unidos.
Com a volatilidade da bolsa de valores brasileira (B3) e devido às fortes oscilações cambiais, um potencial caminho para corporações brasileiras é a exploração de alternativas no exterior, especialmente em economias mais estáveis como a norte americana. Os EUA surgem como um destino estratégico, combinando segurança para atrair capital privado e um mercado consumidor robusto para expansão de produtos e serviços.
Segundo avaliação do escritório, que atua na assessoria jurídica de operações internacionais, diversas possibilidades estão se abrindo para companhias brasileiras, de diversos segmentos, que apresentem uma operação sólida e que busquem na internacionalização um meio para diversificar os portfólios de investimento (caso de gestoras e bancos de investimento brasileiros).
As possibilidade se estendem também para aquelas corporações da chamada economia real que buscam na internacionalização uma via para acessar capitais de risco, parceiros estratégicos (joint ventures) e/ou para ampliar a base de clientes.
"Nas reuniões recentes que tive em Austin e Chicago, ficou evidente o interesse dos gestores americanos de Private Equity e Venture Capital pelo potencial das empresas brasileiras. Apesar da cautela com os desafios econômicos locais, como a ausência de uma ancoragem fiscal e a volatilidade da moeda, eles reconhecem o valor estratégico de financiar negócios brasileiros que se alinhem às suas teses de investimento", conta Lucas Moreira Gonçalves, sócio do Martinelli Advogados e advogado especializado em mercado de capitais e M&A.
O sócio explica que, embora o ambiente macroeconômico brasileiro gere desconfiança em alguns gestores, o cenário é diferente para empresas que já operam internacionalmente ou que buscam se posicionar nos EUA. O alinhamento regulatório entre a CVM - Comissão de Valores Mobiliários e a SEC - Securities and Exchange Commission americana também favorece a integração entre os mercados, conferindo mais segurança jurídica aos investidores.
Expansão estratégica e benefícios fiscais
Para empresas brasileiras que planejam internacionalizar as operações, os EUA oferecem uma combinação atraente de estabilidade econômica, ampliação de mercado e benefícios fiscais em estados estratégicos. Segundo Lucas Moreira, é essencial que os executivos avaliem cuidadosamente a localização da nova filial, considerando aspectos logísticos e fiscais.
"Estados como o Texas, e particularmente a cidade Austin, despontam como escolhas ideais. Além da logística favorável, a região oferece benefícios fiscais que incluem a isenção do imposto de renda estadual para empresas abertas na localidade, desde que cumpridos os requisitos legais. Isso pode ser decisivo para empresas que buscam otimizar custos e evitar complicações tributárias observadas em outras localidades", explica o advogado.
Oportunidades em emissões de títulos e investimentos
O mercado internacional também se apresenta favorável para emissões de green bonds, títulos que aliam captação de recursos à sustentabilidade. O Martinelli Advogados, que tem assessorado operações deste segmento, destaca as possibilidades de emissão de debêntures, CRIs e CRAs com características alinhadas às diretrizes de sustentabilidade.
Adicionalmente, a modernização regulatória trazida pela Resolução CVM 175, que permite fundos de investimento alocarem até 100% dos patrimônios no exterior, amplia o leque de opções para investidores interessados em ativos e corporações americanas.
"Estamos testemunhando uma convergência entre as demandas dos investidores e a necessidade de diversificação das corporações brasileiras. Esse alinhamento tem tudo para fomentar um ciclo positivo de negócios entre Brasil e EUA nos próximos anos", conclui Moreira.