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Solicitação

MP pede ao TCU bloqueio de R$ 56 mi de Bolsonaro e mais 36 indiciados por golpe

Órgão apontou que há uma possível ligação direta entre as articulações golpistas e os atos de depredação ocorridos em 8 de janeiro.

Da Redação

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Atualizado às 12:35

O Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União a suspensão das remunerações de 25 militares indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em um plano golpista que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

A medida cautelar requer também a indisponibilidade de bens de todos os 37 indiciados, com o objetivo de ressarcir prejuízos estimados em R$ 56 milhões decorrentes de atos de depredação ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

 (Imagem: Gesival Nogueira/Ato Press/Folhapress)

MP do TCU pede suspensão do salário de militares indiciados pela PF.(Imagem: Gesival Nogueira/Ato Press/Folhapress)

O pedido

No documento, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado argumenta que a continuidade do pagamento de remuneração a militares e outros agentes públicos indiciados "mostra-se, à evidência, inteiramente incompatível com o princípio da moralidade administrativa."

Furtado destacou que "o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio estado, para instaurar uma ditadura."

As investigações conduzidas pela PF, citadas na representação, revelam um esquema complexo estruturado em núcleos de desinformação, incitação de militares ao golpe e execução de ações operacionais.

Conforme descrito no relatório, os envolvidos tramaram "a abolição violenta do Estado Democrático de Direito", que incluía o assassinato do presidente eleito, do vice-presidente e do então presidente do TSE.

Furtado destacou ainda o impacto moral e financeiro dessas remunerações, que totalizam cerca de R$ 8,8 milhões anuais apenas para os militares indiciados.

"A se permitir essa situação, na prática, o Estado está despendendo recursos públicos com agentes que atentaram contra a existência desse próprio Estado."

Conexão entre os eventos de 2022 e 2023

O subprocurador ressaltou a ligação direta entre os atos golpistas de 2022 e as depredações às sedes dos Três Poderes, ocorridas em 8 de janeiro de 2023.

"Os indiciamentos promovidos pela Polícia Federal e decorrentes de inquéritos sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal apontam para a direta conexão entre as tratativas golpistas que ocorreram no ano eleitoral de 2022 e as depredações ocorridas nas sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023."

Ele reforçou que os atos criminosos resultaram em prejuízos patrimoniais significativos, estimados em R$ 56 milhões, o que justifica medidas urgentes para ressarcimento ao erário.

Por fim, o Ministério Público solicitou que o Tribunal determine o arresto de bens e a indisponibilidade do patrimônio dos responsáveis pelos atos golpistas.

"Não me parece moral, legal e constitucionalmente aceitável, portanto, que continuem sendo regiamente remunerados por um Estado que pretendiam abolir", concluiu o subprocurador.

A autoridade afirmou que as medidas cautelares são indispensáveis para proteger não apenas o erário público, mas também a integridade dos princípios democráticos que fundamentam a República.

Leia a representação.

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