PF indicia Bolsonaro e outros 36 por tentativa de golpe em 2022
Relatório final de investigação contra organização criminosa foi encaminhado ao STF nesta quinta-feira, 21.
Da Redação
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Atualizado às 15:37
A Polícia Federal encerrou nesta quinta-feira, 21, investigação que apurou a existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República, Jair Bolsonaro, no poder.
Foram indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno e mais 34 investigados na Operações Tempus Veritatis e Cotragolpe.
O relatório final foi encaminhado ao STF indicando os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário.
As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela;
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Com a entrega do relatório, a PF encerra as investigações.
Golpe de Estado e homicídios
A existência da organização criminosa foi anunciada no início da semana, quando foi deflagrada a operação Contragolpe.
Na terça-feira, 19, cinco pessoas foram presas pelo envolvimento no plano de golpe em 2022, e de homicídio dos candidatos eleitos à presidência da república e vice-presidência - Lula e Alckmin.
O ministro do STF Alexandre de Moraes também estava na lista dos que seriam executados.