Atentado ao STF: Gilmar revisita ataques e pede que país tenha memória
Ministro também destacou importância de regulamentação das redes sociais para conter desinformação e polarização.
Da Redação
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Atualizado às 17:53
Durante sessão plenária, nesta quinta-feira, 14, ministro Gilmar Mendes criticou a escalada de ataques contra instituições no Brasil, alertando para a gravidade do atentado com explosivos no STF ocorrido na última quarta-feira, 13.
O decano da Corte traçou linha do tempo de eventos para demonstrar um padrão de radicalização e intolerância crescente, alimentado por discursos de ódio e desinformação.
O ministro fez menção ao uso das redes sociais para disseminação de fake news e ataques pessoais, sobretudo durante as eleições de 2018, que, conforme destacou, deixaram um rastro de polarização extrema e incitação ao desprezo pelas instituições democráticas.
"O discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram largamente estimulados no governo anterior."
Ressaltou que eventos como as ameaças contra a Justiça Eleitoral e o próprio STF, incluindo manifestações em favor do fechamento do Supremo e pedidos de intervenção militar, têm se tornado comuns.
Recordou também o ataque com fogos de artifício contra o STF em 2020, a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em dezembro de 2022 e um episódio no qual foi encontrada bomba em um caminhão-tanque próximo ao aeroporto de Brasília.
Gilmar Mendes defendeu que esses acontecimentos não devem ser esquecidos e reiterou a importância da memória como forma de combate à desordem e proteção das instituições.
Enfatizou, ainda, a necessidade de regulamentação das redes sociais e alertou sobre os riscos de anistia a criminosos que tenham atentado contra a democracia.
"É essencial que o Brasil e suas lideranças façam um apelo à memória, travando verdadeira luta contra o esquecimento."
Em seu pronunciamento, o ministro reforçou o compromisso do STF em preservar a ordem democrática e a Constituição, destacando que a Corte seguirá atuando em defesa das instituições do país.
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