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Assédio moral

Vigia comparado a esqueleto por colegas será indenizado em R$ 50 mil

Juíza destacou que a falta de uma resposta adequada da universidade para reparar o dano, além de questões de classe e raça, resultou no valor de R$ 50 mil para o homem.

Da Redação

sábado, 16 de novembro de 2024

Atualizado às 07:22

A juíza substituta Bárbara de Moraes Ribeiro Soares Ferrito, da 1ª vara do Trabalho de Itaperuna/RJ, condenou uma universidade a pagar R$ 50 mil por danos morais a um vigia que sofreu assédio moral ao ser comparado a um esqueleto por colegas de trabalho. A magistrada ressaltou que o fato de a "brincadeira" ter ocorrido com um funcionário de baixo status hierárquico, sem capacidade de defesa, reforçou o caráter humilhante da situação.

O autor da ação relatou que, em 23/6/21, uma decoração de esqueleto foi associada a ele por colegas, com comentários depreciativos e fotos compartilhadas no grupo de WhatsApp da empresa, causando-lhe profunda humilhação. Segundo ele, a situação teria gerado impacto significativo em sua saúde mental, levando-o a precisar de acompanhamento psiquiátrico e a se afastar do trabalho.

Em defesa, a instituição alegou que se tratou de uma brincadeira inofensiva, sem intenção de causar dano.

 (Imagem: AdobeStock)

Universidade é condenada a pagar R$ 50 mil por assédio moral a vigia.(Imagem: AdobeStock)

Ao analisar o caso, a magistrada destacou que o perito judicial concluiu que o reclamante não sofria de doença psiquiátrica crônica, mas ponderou que o assédio moral não exige reiteração para ser configurado, dependendo da gravidade da conduta.

Entretanto, a juíza apontou que o fato de a brincadeira ter ocorrido com um funcionário de baixo status hierárquico, sem capacidade de defesa, reforçou o caráter humilhante do evento. Além disso, também considerou a transversalidade de questões raciais e de classe, conforme diretrizes de interpretação antidiscriminatórias, ao analisar a situação.

"Então, pelas características apreciáveis em audiência, percebe-se que o reclamante é um homem pobre, negro, sem deficiência, que ocupa cargo de baixo status na hierarquia da ré. A primeira coisa que se percebe é que a suposta brincadeira foi feita com o vigia, antigo auxiliar de serviços gerais. Escolheu-se justamente o funcionário com pouco potencial de defesa para rir. Vejam: o alvo não foi o reitor ou o professor titular ou catedrático."

Por fim, a magistrada ressaltou que a empresa limitou-se a um pedido de desculpas insuficiente, sem buscar formas de reparar efetivamente os danos.

Assim, condenou a universidade a indenizar o autor em R$ 50 mil por danos morais.

O escritório Benvindo Advogados Associados atuou na causa.

Confira aqui a sentença.

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