“Não é decoreba, é buscar vocação”, diz ministro Benedito sobre Enam

Mais de 23 mil pessoas participaram, neste domingo, 20, da segunda edição do Enam - Exame Nacional da Magistratura. A prova foi aplicada em todas as capitais brasileiras e é pré-requisito para bacharéis em Direito prestarem concursos públicos para ingresso na carreira de juiz.

Sobre o Enam, a TV Migalhas conversou com o ministro Benedito Gonçalves, diretor-geral da Enfam - Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, organizadora do exame. Mesmo utilizando óculos escuros por recomendação médica após um procedimento de cirurgia de catarata, o ministro gentilmente aceitou a entrevista.

S. Exa. destacou que o "provão" busca encontrar vocacionados para a magistratura.

"O Exame Nacional da Magistratura procura a vocação do juiz. Não é uma prova de decoreba, não é uma prova de ficar por dentro da legislação e da doutrina. É muito mais. O candidato tem que ter conhecimento profundo de direitos fundamentais, caráter humanístico, que é fundamental, e ética. A ética do magistrado é muito cobrada."

Benedito Gonçalves ainda destacou o papel de inclusão que tem o Enam, que busca dar caminho de igualdade a todos os candidatos, alcançado pessoas negras, indígenas e com deficiência.

Assista:

Organizado pela Enfam, o exame tem como banca examinadora a FGV Conhecimento. De 33.147 pessoas cadastradas em todo o Brasil, 23.325 estiveram presentes, totalizando uma abstenção de 30%.

Benedito Gonçalves acompanhou a realização do Exame em uma estrutura instalada na sede da Escola, com monitoramento dos locais de prova em tempo real.

O ministro destacou que, com esta prova unificada, os Tribunais de Justiça e os Federais Regionais podem economizar com concursos, já que o exame funcionará como um "primeiro filtro".